Jerónimo de Sousa garante: Maioria do PS não vai silenciar o PCP
O secretário-geral do PCP anunciou esta quarta-feira que o partido estará no Parlamento para "combater e lutar" pelos problemas do país. Em declarações feitas após a reunião do comité central do partido, esta quarta-feira, Jerónimo de Sousa admitiu que "este resultado traduz uma perda eleitoral para a CDU, incluindo a representação parlamentar do Partido Ecologista Os Verdes (PEV)".
Face ao resultado obtido pelo PS na noite de domingo, Jerónimo de Sousa afirmou que "não será esta maioria absoluta que vai silenciar a luta dos trabalhadores e do povo". Quando questionado sobre se o partido terá na sua ligação aos sindicatos a principal força de luta, Jerónimo de Sousa prometeu que o partido vai intensificar a sua luta. Esta maioria absoluta permite, no entender dos comunistas, ao PS ter "condições reforçadas" de aplicar políticas de direita.
Na análise feita aos jornalistas, Jerónimo de Sousa visou também Marcelo Rebelo de Sousa, que os comunistas acusam de ter feito uma "operação levada a cabo a partir da dissolução do Parlamento", beneficiando o PS, que teve uma "descarada ação" de se apropriar das políticas propostas pelo PCP.
Em relação à legislatura, em que o partido perdeu metade dos deputados (incluindo o líder parlamentar João Oliveira), o secretário-geral comunista afirmou que os deputados do partido vão ter uma "carga de trabalhos", apesar da maioria obtida pelo PS. "Existe uma maioria com todo o caráter negativo que entendemos que tem, mas continua o pulsar da vida", frisou.
Devido ao resultado eleitoral, o Chega terá direito a ter um vice-presidente na Assembleia de República. A escolha, feita por votação, pode não ser viabilizada pelos partidos de esquerda. Algo confirmado por Jerónimo, que atirou: "Não será com votos do PCP que o Chega terá esse lugar institucional".
Agora, considera Jerónimo de Sousa, será importante dar uma prova de força no dia 6 de março, no comício do partido, no Campo Pequeno.