Empossados, ontem, os cinco novos ministros - na verdade três novos e dois já antigos mas com competências reformuladas -, falta agora saber o elenco dos novos secretários de Estado..Das notícias de ontem ficaram poucas certezas: no Ministério da Economia, agora tutelado pelo ministro adjunto Pedro Siza Vieira (que substitui Manuel Caldeira Cabral), só deverá sobreviver a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho. Paulo Ferreira (secretário de Estado adjunto e do comércio) e Ana Lehmann (Indústria) serão substituídos..A Economia também perdeu a pasta da Energia para o Ministério do Ambiente - agora Ministério do Ambiente e da Transição Energética (mantendo-se o ministro João Pedro Matos Fernandes, que no entanto teve de tomar posse de novo, devido à recomposição orgânica do ministério)..Foi precisamente na pasta da Energia que ontem ocorreu a única grande novidade do dia. Jorge Seguro Sanches será substituído pelo mediático deputado João Galamba - que no Parlamento nunca se destacou a falar de questões energéticas, antes sobre contas públicas e assuntos da banca..No novo Ministério do Ambiente e Transição Energética deverão, de resto, ficar os secretários de Estado que já trabalhavam com Matos Fernandes: José Mendes (adjunto), Célia Ramos (Ordenamento do Território e Conservação da Natureza) e Ana Pinho (Habitação). Quanto a José Mendes (secretário de Estado do Ambiente) havia dúvidas. Aparentemente, a sua relação com o ministro ter-se-á deteriorado nos últimos tempos..Ontem, após a tomada de posse dos novos ministros, António Costa foi questionado se as mudanças que agora são operadas no setor da energia são favoráveis aos interesses de empresas como a EDP. António Costa respondeu que as mudanças "fazem seguramente a vontade a todos aqueles que têm consciência de que as alterações climáticas são uma ameaça real".."As alterações climáticas constituem mesmo o maior desafio que se coloca atualmente para o ambiente. Isso significa que a política de energia tem de estar orientada pelo objetivo fundamental de se assegurar a descarbonização da economia e a transição energética. Por isso, a energia está onde deve estar, ou seja, no Ministério do Ambiente", acrescentou..Quanto à remodelação no seu todo, o primeiro-ministro enquadrou-a na necessidade de dar "uma dinâmica renovada à execução do programa de governo". E - assegurou - todos os ministros que saíram - Azeredo Lopes (Defesa), Adalberto Campos Fernandes (Saúde) e Luís Filipe Castro Mendes (Cultura) - fizeram-no a seu pedido..Para ministra da Saúde foi Marta Temido, administradora hospitalar. Ontem a edição online do DN avançou que Rosa Zorrinho será substituída no cargo de secretária de Estado da Saúde pelo atual presidente do IPO de Lisboa, Francisco Ramos. Quanto ao secretário de Estado adjunto, Fernando Araújo, não se sabia se seria reconduzido ou não..Na Cultura, agora com Graça Fonseca à frente, por substituição de Luís Filipe Castro Mendes, também existia a certeza da substituição do secretário de Estado Miguel Honrado. Por quem? Não se sabia..E na Defesa, que tem agora um diplomata como ministro, João Gomes Cravinho, passava-se o mesmo: Marcos Perestrello deixou de ser secretário de Estado. Não foi anunciado quem lhe ocupará o lugar. Perestrello - como aliás também o agora ex-ministro da Economia Caldeira Cabral - deverá agora assumir o lugar de deputado do PS na Assembleia da República.