Instalação de Bordalo II deixa Câmara de Lisboa em picos
Uma instalação do artista Bordalo II está a gerar uma polémica nas redes sociais que já levou a autora da encomenda, a Câmara Municipal de Lisboa, a ter de dar satisfações ao cariz da 'obra' que foi concebida para ser colocada sobre alguns bancos de jardim de Lisboa.
Como começa tudo? Um tweet da Câmara mostra uma fotografia:
A legenda é: "A arte reflete os tempos em que vivemos e o artista Bordalo II relembra-nos a importância do distanciamento social, com esta instalação em alguns dos bancos de #Lisboa."
Foi colocada às 9.00 de terça-feira e logo começou a polémica, com comentários que questionavam a intanção e os efeitos deste banco de jardim proibido para as pessoas. Bastava olhar a imagem e imediatamente se pensava nos picos colocados para evitar que as aves pousem em certos edifícios. Só que, o caso passava-se com humanos!
48 horas depois, a confusão era tanta que a Câmara de Lisboa teve de se justificar em novo Tweet:
"Esta instalação provisória foi feita quando não era permitida a utilização dos bancos por causa do covid19. Simboliza só e apenas esse distanciamento social."
Mas nada sossega os que ficaram desagradados com a mensagem implícita na instalação e os tweets continuam a nascer e a levantar questões.
Uma que surgiu logo foi a de quanto custou a obra?
A Câmara tentou apagar o fogo: "A CML não pagou nada ao artista por esta instalação provisória".
A seguir não faltaram outras críticas:
"Poque não dizem logo que detestam sem-abrigos?", com links para associações que acompanham sem-abrigos, e a Câmara a mostrar o trabalho feito nessa área.
Uma das mais polémicas era a reprodução de um artigo do jornal The New York Times, seguido de vários exemplos noutras publicações, intitulada "Arquitetura hostil: como se expulsam pessoas do espaço público."
Entretanto, a Câmara já informou que foi uma "intervenção temporária do artista Bordalo II" e que ´"já não está disponível"...