Índia lança míssil balístico intercontinental

Míssil é o mais sofisticado do arsenal indiano e coloca ao alcance deste país "alvos importantes na zona costeira oriental" da China, considera analista.
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O Ministério da Defesa da Índia lançou hoje de manhã com sucesso um míssil balístico intercontinental Agni-V.

O Agni-V é o míssil mais sofisticado do arsenal indiano e está preparado para transportar ogivas nucleares.

O disparo do míssil foi considerado "um importante desenvolvimento" para as capacidades de defesa do país na mensagem do Ministério a anunciar a realização do teste, que ocorreu na ilha de Abdul Kalam diante da costa do estado de Orissa, no leste do país.

"Este disparo não corresponde ao desenvolvimento de um novo tipo de arma, foi apenas um teste antes de a Índia colocar o Agni-V no plano operacional", disse à CNN Vipin Narang, professor de Ciência Política no MIT e especialista em questões de proliferação nuclear.

Segundo o mesmo analista, o teste terá incidido sobre o padrão de voo, a precisão do míssil e outros aspectos técnicos para garantir a sua operacionalidade. O míssil foi testado cinco vezes desde 2012, tendo sido o anterior ao desta quinta-feira ocorrido em dezembro de 2016.

Então, a China e o Paquistão, adversários geoestratégicos da Índia, protestaram em termos fortes contra o lançamento. Segundo Vipin Narang, o Agni-V é um importante dissuasor em relação à China, colocando ao alcance da Índia "alvos importantes na zona costeira oriental" daquele país, onde se concentram as áreas mais desenvolvidas economicamente.

As relações entre os dois países conheceram uma progressiva deterioração em 2017, devido ao conflito sobre a delimitação de fronteiras na região de Doklam, nos Himalaias.

O disparo do Agni-V coincidiu com a visita do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu ao subcontinente e o seu anúncio foi feito durante a terceira edição da Raisina Dialogue, a mais importante conferência sobre geopolítica e geoestratégia que a Índia organiza anualmente.

A Índia tem entre 120 a 130 ogivas nucleares, segundo a estimativa da Federação de Cientistas Americanos (FAS, na sigla em inglês).

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