Hungria trava sanções da UE por se opor à inclusão de patriarca russo na lista negra

Fontes diplomáticas avançam que a Hungria está a adiar a aprovação final do sexto pacote de sanções da União Europeia contra a Rússia
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Na segunda-feira, os líderes da UE chegaram a um acordo para suspender a maioria das entregas de petróleo da Rússia, isentando os abastecimentos que chegam por oleoduto, após semanas de resistência obstinada pelo governo de Budapeste.

Embaixadores do bloco de 27 países reuniram-se esta quarta-feira para definir os detalhes legais da medida e o restante conteúdo do pacote de sanções, o sexto, contra Moscovo por causa da guerra na Ucrânia.

No entanto, diplomatas europeus disseram esta quarta-feira que a Hungria está a recusar-se a dar luz verde, por rejeitar colocar o chefe da Igreja Ortodoxa Russa, o patriarca Kirill, na lista negra de congelamento de bens e proibição de vistos.

Kirill, 75, é um fervoroso apoiante do presidente russo Vladimir Putin e apoiou a campanha militar na Ucrânia. Por isso, a maioria dos governos da UE apoia a inclusão de seu nome na lista de sanções, exceto a Hungria.

Os embaixadores devem realizar ainda uma nova ronda de negociações nesta quarta-feira para tentar resolver as diferenças, disseram alguns diplomatas, segundo a AFP.

A Comissão Europeia diz que as sanções que estão a ser elaboradas para o sexto pacote contra a Rússia farão com que cerca de 90% das exportações russas de petróleo para a UE sejam interrompidas até ao final do ano, enquanto o bloco tenta impedir o financiamento da máquina de guerra de Moscovo.

O líder húngaro Viktor Orban, que depende do petróleo russo, conseguiu um acordo para uma exceção ao embargo, depois de argumentar que uma proibição devastaria a economia do seu país.

As sanções em equação também incluem a desconexão do maior banco da Rússia, o Sberbank, do sistema global de pagamentos SWIFT e a proibição do seguro para o envio de petróleo russo para países terceiros.

As outras adições propostas à lista negra de cidadãos russos também incluem a suposta namorada de Putin, a ex-ginasta Alina Kabaeva, e militares suspeitos de crimes de guerra na Ucrânia.

O atraso de semanas num acordo sobre o sexto pacote de sanções abalou a unidade da UE sobre a guerra na Ucrânia, depois de os 27 terem imposto anteriormente cinco pacotes de punição económica sem precedentes a Moscovo.

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