Homem que matou portuguesa em França entregou-se na PSP em Sacavém

Portuguesa foi morta à facada pelo companheiro. Depois do crime, o homem viajou de carro até Portugal e, de forma voluntária, apresentou-se na PSP de Sacavém para assumir a autoria do homicídio. Está agora sob custódia da Polícia Judiciária
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Um cabo-verdiano, de 30 anos, apresentou-se no domingo na esquadra da PSP de Sacavém. Às autoridades, confessou que matou a mulher, uma cidadã portuguesa, em Toulouse, França, apenas umas horas antes de se entregar à polícia.

O crime foi cometido durante a madrugada de domingo no bairro de Bellefontaine, mas foi de manhã que o irmão da vítima e os bombeiros encontraram o corpo. Na altura foi noticiado que o homicida, companheiro da mulher, estava em fuga. Na verdade, depois de esfaquear mortalmente a mulher na zona do pescoço, o indivíduo pegou no carro e viajou até Portugal. Horas depois apresentou-se na PSP de Sacavém e "informou que tinha cometido o homicídio da mulher", conta ao DN fonte do Comando Metropolitano da PSP de Lisboa.

O homicida confesso foi entregue à Polícia Judiciária (PJ) que vai elaborar o processo criminal. Em França, a polícia fará o mesmo. Conforme explicou a PSP, o companheiro da vítima pode ser julgado em Portugal, se as autoridades francesas assim o entenderem, apesar de o crime ter sido cometido em Toulouse.

A polícia francesa pode, no entanto, decidir pela extradição e requerer à PJ toda a informação sobre o indivíduo.

Tudo terá começado de madrugada de domingo, quando, pelas 01.30 (00.30 em Portugal), a mulher, de 29 anos, ligou ao irmão a pedir socorro. "Ela disse-me: Bruno vem aqui! Bruno vem aqui!. Ouvi vidros a partirem-se, atrás dela. Estavam a discutir. Fui lá, bati à porta, mas ninguém abriu. Fiquei pela zona umas duas horas", contou o irmão da vítima, de 25 anos, à cadeia de rádios France Blue.

Filha de seis anos fica ao cuidado do tio

"Não consegui dormir. Estava inquieto", relatou. Algumas horas depois, o companheiro da irmã telefonou-lhe e disse-lhe. "A tua irmã está caída no chão, é preciso que venhas aqui. Fui o mais rapidamente possível". Mas já era tarde. "Ele era como um irmão para mim. Nunca imaginei que ele pudesse matá-la", desabafou, àquele site de cadeia de rádios francesas.

Ao conseguirem entrar no apartamento, Bruno e os bombeiros depararam-se com a irmã morta, esfaqueada e a filha desta, de seis anos, a dormir no quarto. "É a minha sobrinha. Aos 25 anos, vou ficar responsável por ela e fazer com que tenha a melhor vida possível", afirmou Bruno à cadeia de rádios France Blue. A vítima, refere, trabalhava num call center.

Segundo o site do jornal La Dépêche, de Toulouse, a discussão que terminou de forma trágica terá começado por ciúmes e suspeitas de adultério.

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