Os trabalhadores da Transportes Sul do Tejo (TST) iniciaram-se esta quarta-feira, dia 13, uma greve de 48 horas pelo aumento do salários, a qual registou uma adesão de 90%, tendo um "grande impacto" no serviço da empresa, informou fonte sindical.."Os trabalhadores da TST pararam hoje entre os 85 a 90%. Está a ser uma grande paralisação e tivemos um grande plenário nas instalações da empresa. Amanhã voltamos a realizar novo plenário e ida à administração da empresa com uma nova proposta", revelou João Saúde, da Fectrans -- Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações..De acordo com o responsável, esta greve está a ter um "grande impacto" no serviço da TST, com supressão de carreiras e com maior expressão no concelho de Almada, no distrito de Setúbal.."Está a ser um pandemónio total, com uma empresa destas a parar 85 a 90%. O terminal de Cacilhas, o principal da empresa, está completamente deserto. Em Almada é onde está a haver uma maior adesão, mas também em Setúbal", avançou..A paralisação iniciou-se hoje de madrugada, pelas 03:00, e prolonga-se até às 03:00 de dia 15 de março, em protesto por aumentos salariais e cumprimento do Acordo de Empresa.."Os motivos prendem-se essencialmente com os baixos salários, ou melhor dizendo, com os salários miseráveis que os trabalhadores da TST usufruem. Não há trabalhador nenhum que consiga viver com seiscentos e poucos euros. E para fazer face à vida têm que estar agarrados a um volante noite e dia, ou seja, a sobrecarga horária para poderem receber mais algum", frisou João Saúde..O sindicalista realçou, neste sentido, que os trabalhadores da TST são os profissionais deste setor, na região, que têm os salários mais baixos.."Os trabalhadores estão a ficar cansados disto, até porque veem os trabalhadores da Rodoviária de Lisboa a ganhar muito mais que eles, nem vamos falar da Carris. Veem os trabalhadores do grupo Barranqueiro a ganhar muito mais que eles, da Eva Transportes, da Rodoviária do Alentejo, da Rodoviária do Tejo. Tudo isto aumenta o descontentamento, porque veem os camaradas de trabalho da mesma profissão, em outras empresas aqui da zona, a ganharem muito mais do que eles", sublinhou..Além disso, segundo João Saúde, a TST está a pagar o trabalho extraordinário "em valor abaixo do que determina o Acordo de Empresa", o que está a levar os trabalhadores a "desvincularem-se da TST e procurarem trabalho em outras empresas"..Com um pano alusivo aos "salários de miséria e aos direitos que não estão a ser cumpridos", os trabalhadores da TST reuniram-se hoje na sede da empresa, em Almada, mas, segundo João Saúde, não houve qualquer resposta por parte da administração..Na quinta-feira, os trabalhadores voltam a concentrar-se na sede e uma delegação das organizações representativas irá apresentar uma nova proposta à administração no sentido de revisão do Acordo de Empresa..Em 23 de janeiro, os trabalhadores reuniram-se com a administração da TST para negociar a revisão do Acordo de Empresa, em que lhes foi proposto o aumento do salário de 651,61 euros para 670 euros, além do acréscimo de 0,91 cêntimos nas diuturnidades e de mais cinco euros no trabalho em dia de folga, passando a receber 42,50 euros, uma proposta que os trabalhadores consideraram insuficiente..A TST desenvolve a sua atividade na Península de Setúbal, com 190 carreiras e oficinas em quatro concelhos, designadamente Almada, Moita, Sesimbra e Setúbal.