A diretora-geral de Saúde, Graça Freitas, não vê necessidade de mais restrições nas escolas por causa da nova variante da covid-19. Questionada na conferência de imprensa esta terça-feira, sobre se, à semelhança do que está a acontecer noutros países, com a Inglaterra, onde a rápida propagação desta nova variante levou a um novo confinamento e encerramento de escolas, também em Portugal, poderiam ser atingidos os estabelecimentos de ensino, esta responsável respondeu que não:."Carece de confirmação que essa variante se propague mais rápido nesses ambientes", sublinhou Graça Freitas, acrescentando que "não há indícios de que seja mais grave ou mais violenta"..De acordo com o Observador, que cita a Reuters, os cientistas britânicos vão analisar se a nova variante que surgiu no Reino Unido pode ter maior facilidade em infetar as crianças tal como tem acontecido com os adultos..A nova variante tornou-se dominante no sul de Inglaterra em muito pouco tempo e isso pode vir a acontecer em todo o país num futuro próximo, confirmaram os cientistas do Grupo de Aconselhamento sobre Ameaças de Vírus Respiratórios Novos e Emergentes (NERVTAG).."Há uma indicação de que o vírus tem uma maior propensão para infetar as crianças", disse Neil Ferguson, especialista em doenças infecciosas do Imperial College de Londres e membro do NERVTAG. "Não estabelecemos qualquer tipo de causalidade, mas podemos vê-lo nos dados.".Questionada sobre a subida de novas infeções por Covid-19, devido ao alívio das medidas de confinamento na quadra natalícia, a diretora-geral de saúde, Graça Freitas, sublinhou que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) "tem demonstrado capacidade de adaptação e reorganização" para enfrentar o possível aumento de casos.."O SNS tem dado provas de capacidade de adaptação, transferência de serviços e descontinuação de serviços. Aparentemente, os números podem aumentar, mas o SNS ainda tem capacidade de se readaptar e reorganizar", afirmou a responsável..De acordo com Graça Freitas, há neste momento 416 surtos de Covid-19 identificados em todo o país. Segundo a diretora-geral de saúde, Graça Freiras, "a maior incidência é em lares, seguindo-se as instituições de saúde e as escolas, estas com menor incidência"..A maior concentração dos surtos de infetados é da região de Lisboa e Vale do Tejo, com 284 surtos ativos, seguindo-se a região Norte com 55, o Alentejo, o Centro com 25 e o Algarve com 24..A diretora-geral de Saúde Graça Freitas anunciou que está previsto, nesta primeira fase, vacinar cerca de 12 000 idosos em cerca de 150 lares de todo o país. Este processo, que já começou ontem, a quatro de dezembro, terá como prioridade os conselhos com maior incidência de infetados com Covid-19 nestes estabelecimentos: 11 a Norte, 5 no Centro, 1 em Lisboa e Vale do Tejo e oito no Alentejo..A campanha de vacinação contra a covid-19 iniciou-se em Portugal em 27 de dezembro com a inoculação de profissionais de saúde nos hospitais. Na segunda-feira, foi alargada aos lares de idosos..A vacina que está a ser administrada é a do consórcio Pfizer-BioNTech, para cujo uso de emergência foi aprovada em 21 de dezembro pela Agência Europeia do Medicamento..Até à data foram dadas em Portugal 32 mil doses..Graça Freitas alertou ainda assim que "nem todas as pessoas vacinadas contra a covid-19 vão ficar imunizadas, uma vez que a vacina administrada não é 100% eficaz e ainda não há imunidade de grupo..Frisou que "vacinar não quer dizer abandonar critérios de proteção", advertindo que "nem todas" as pessoas vacinadas "vão ficar imunizadas". "A vacina não é 100% eficaz e nós não temos ainda imunidade de grupo", justificou..A diretora-geral de Saúde reforçou, por isso, a necessidade de se manterem medidas de proteção até se atingir a imunidade de grupo, como o uso de máscaras, a higienização das mãos, a ventilação de espaços e o distanciamento físico..Portugal registou esta terça-feira mais 90 mortes e 4956 novos casos de covid-19. Este é o quarto maior número de mortes em 24 horas, igualado a 14 de dezembro. O pico de mortes pelo novo coronavírus foram 98 óbitos, a 13 de dezembro seguido de 94 a 11 do mesmo mês e 91 a 16 de novembro..Nos hospitais portugueses há agora 3260 doentes com covid-19 internados, dos quais 512 estão em unidades de cuidados intensivos. Desde 10 de dezembro que não estavam tantas pessoas internadas, dia em que havia 3 304 doentes em cuidados hospitalares.Em Portugal, morreram 7.286 pessoas dos 436.579 casos de infeção de covid-19 confirmados, de acordo com o boletim da DGS.