Governo francês determina cancelamento do campeonato

A Liga francesa está cancelada, depois de o primeiro-ministro Édouard Philippe ter anunciado a proibição da realização de desportos coletivos até ao mês de setembro.
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O anúncio apanhou toda a gente desprevenida. A Liga francesa, bem como todas as competições desportivas no país estão proibidos até ao mês de setembro, disse esta terça-feira o primeiro-ministro francês Édouard Philippe na Assembleia Nacional.

A Liga tinha a expectativa de poder terminar a época, mas vê agora gorada essa possibilidade, depois de o governo francês ter anunciado as medidas para combater a pandemia de covid-19. "Não se podem realizar grandes eventos desportivos até setembro, especialmente de futebol. Como tal, a época de 2019/20 não poderá ser retomada", garantiu o primeiro-ministro, restando agora saber como serão atribuídos os lugares europeus, se haverá subidas e descidas de divisão ou campeão.

O campeonato foi suspenso à 28.ª jornada, com o Paris Saint-Germain na liderança, com um jogo a menos, mas com 12 pontos de vantagem sobre o Marselha, treinado por André Villas-Boas. Depois da Holanda, França é o segundo país europeu a cancelar os campeonatos de 2019/20.

Na prática, "até setembro não se podem realizar eventos que reúnem mais de cinco mil participantes", razão pela qual, surge a dúvida sobre o que acontecerá a Paris Saint-Germain e Lyon se a UEFA determinar o regresso da Liga dos Campeões, para ser concluída até agosto.

O governo francês quer evitar "o risco de uma segunda onda" da pandemia, que considera ser "um risco grave". Nesse sentido, apenas autorizará a realização de provas desportivas individuais, estando impedidos os desportos coletivos ou de contacto.

Há outro problema que é desde já levantado no futebol francês e que se prende com a próxima temporada. É que com as restrições aplicadas até setembro, poderá implicar o adiamento da próxima temporada futebolística.

As consequências desta paragem das competições poderão ser dramáticas para os clubes franceses em termos financeiros, algo que poderá ter ainda mais consequências, uma vez que terá de ser modificado o acordo relativo aos direitos de transmissão televisiva dos jogos.

O milionário Paris Saint-Germain também está a sofrer as consequências da crise provocada pela pandemia. Nesse sentido, tem tentado chegar a um acordo com os jogadores para reduzir os salários, algo que se tem revelado inviável, até porque os atletas lembram que foram foram colocados em desemprego parcial durante o mês de abril, durante o qual receberam 70% dos seus salários. De acordo com o jornal L'Équipe, os campeões apresentam deficit que poderá exceder os 200 milhões de euros.

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