Governo discrimina tauromaquia no desconfinamento
"O governo promoveu novamente uma discriminação inaceitável e arbitrária contra a tauromaquia, em relação às outras áreas culturais, neste caso na Resolução do Conselho de Ministros n.º 74-A/2021, permitindo a realização de espetáculos culturais em concelhos de risco elevado, mas proibindo a atividade cultural tauromáquica nestes concelhos, mantendo-se permitida a realização de touradas nos restantes concelhos."
A denúncia é feita pela ProToiro - Federação Portuguesa de Tauromaquia, que acusa o governo de discriminar uma atividade cultural consagrada pela Constituição. A associação que representa este setor de atividade já pediu esclarecimentos à Inspeção-Geral das Atividades Culturais (IGAC) e ao Ministério da Cultura sobre a "aplicação às salas multiusos nos concelhos de risco elevado, como são as praças de toiros cobertas", tendo na resposta a confirmação de que "os espetáculos tauromáquicos estão proibidos em todas as salas/praças nos concelhos de risco elevado".
Esta decisão significa que "para cúmulo do absurdo, por exemplo, a Praça de Toiros do Campo Pequeno encontra-se, e bem, a realizar concertos musicais, mas a mesma praça não pode realizar o fim para que foi construída, dar corridas de toiros", sublinha a ProToiro, considerando não haver "racional que possa explicar esta aberração legal". Uma decisão que ignora ou discrimina os mais de 3 milhões de portugueses que se afirmam aficionados e que a federação considera que o governo - e em especial o Ministério da Cultura - trata como "cidadãos de segunda".
Considerando esta decisão "mais um dos reiterados atos discriminatórios do governo para com os aficionados e o setor da tauromaquia", com efeitos sérios no trabalho e atividade que sustenta milhares de famílias que dependem deste setor, a tauromaquia denuncia mais uma decisão "irracional e injustificável".
"A cultura é segura e a tauromaquia mostrou, com elogio das autoridades, o cumprimentos das normas da DGS específicas do setor, que são ainda mais exigentes do que noutros espetáculos, não tendo existido nenhum foco de contágio em corridas de toiros", reitera a federação, lembrando a sensibilidade do setor à evolução da pandemia, nomeadamente adiando ou mesmo cancelando espetáculos sempre que necessário por motivos sanitários. "Mas não pode aceitar uma situação de discriminação e tratamento desigual perante as restantes áreas culturais."
E vinca que não irá descansar "até que a igualdade seja reposta".