GNR mostra imagens dos cães subnutridos do cavaleiro João Moura. Um dos animais morreu

[contém fotos que podem chocar] O cavaleiro tauromáquico foi detido na quarta-feira em Monforte por alegados maus tratos a animais de companhia. Foi constituído arguido e sujeito a termo de identidade e residência. No seguimento de um mandado de busca à sua propriedade foram apreendidos 18 cães. Um dos animais acabou por morrer. João Moura nega os maus tratos.
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Um dia depois da detenção de João Moura por alegados maus tratos a animais de companhia, a GNR divulgou, esta quinta-feira, imagens dos cães subnutridos. O cavaleiro tauromáquico foi detido, na quarta-feira de manhã, na sua propriedade em Monforte, tendo sido presente a interrogatório por um procurador do Ministério Público em Portalegre. Foi constituído arguido e sujeito a termo de identidade e residência. No âmbito das diligências da GNR, 18 cães foram retirados da propriedade. Um dos galgos acabou por morrer pouco tempo depois de ter chegado a uma associação, em "estado de extrema subnutrição e desidratação", diz o Expresso, que cita fonte que está a acompanhar o processo.

Juntamente com as imagens, que mostram os cães visivelmente subnutridos, a GNR informa, que o Comando Territorial de Portalegre, através do Posto Territorial de Monforte e do Núcleo de Proteção Ambiental, deteve um homem de 59 anos, no âmbito de um processo-crime de maus-tratos e abandono de animais de companhia, no concelho de Monforte.

A detenção do cavaleiro ocorreu no seguimento de um mandado de busca à sua propriedade, após uma denúncia que originou uma investigação.

A GNR explica esta quinta-feira que na sequência desta investigação por maus-tratos a animais de companhia, "os militares apuraram que os referidos cães se encontravam subnutridos e que não lhes eram prestados os devidos cuidados de bem-estar animal".

No âmbito das diligências de investigação "foi dado cumprimento a um mandado de busca domiciliária, o que resultou no resgate de 18 cães por se encontrarem subnutridos e sem condições de salubridade".

"Não tratei mal os meus cães, alguns estavam magros, mas não os tratei mal", diz João Moura

A GNR informa que os animais foram recolhidos pela Câmara Municipal de Monforte, para receberem cuidados veterinários, tendo sido o detido "constituído arguido e os factos remetidos ao Tribunal Judicial de Portalegre".

Ao blogue O Farpas, João Moura nega os alegados maus tratos aos animais. "Fui detido para ser ouvido pela GNR em Monforte, não foi em Tribunal. Tinha lá uns cães mais magros e alguém denunciou isso, mais nada", explicou.

"Agora vão instruir o processo e vai seguir para a frente. Já prestei as minhas declarações e estou em casa tranquilo e com a consciência tranquila. Não matei ninguém, não roubei ninguém, não tratei mal os meus cães, alguns estavam magros, mas não os tratei mal!", acrescentou.

Parlamento rejeita proibição das corridas de galgos

Em causa está o crime de maus tratos a animais de companhia que, segundo o código penal, é punível com uma pena de prisão até um ano ou uma multa de 120 dias, mas no caso da morte dos animais ou de "privação de importante órgão ou membro ou afetação grave e permanente da sua capacidade de locomoção", a pena de prisão pode chegar aos dois anos e a multa pode ir até 240 dias.

Os cães que foram retirados da propriedade do cavaleiro tauromáquico são galgos, uma raça que é usada em corridas de cães. A utilização de galgos em competições tem gerado polémica nos últimos anos. Na anterior legislação, em julho de 2019, PAN e do BE chegaram a apresentar diplomas com vista à proibição das corridas de galgos em Portugal, mas os dois projetos foram chumbados no parlamento com os votos contra do PS, PSD, CDS-PP e PCP.

A favor votaram, além do PAN e do Bloco de Esquerda, o Partido "Os Verdes" e 12 deputados, a maioria da bancada socialista.

Os dois diplomas surgiram na sequência de uma petição que pedia a proibição das corridas de galgos em Portugal, tendo sido apresentada na Assembleia da República e que tinha como primeiro subscritor o deputado do PAN, André Silva.

Atualizado às 18:21

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