GNR apreende armas roubadas ao exército suíço. Dois portugueses presos

Um homem foi identificado em Vila Nova de Paiva pela GNR por posse de armas que tinham sido roubadas ao exército suíço e que estavam enterradas próximo da residência de familiares de dois portugueses que estão em prisão preventiva na Suíça.
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O pedido chegou das autoridades suíças e já referia a possibilidade de serem encontradas armas entre o material sob investigação num processo de furtos qualificados em território suíço que já levou à prisão preventiva de dois emigrantes portugueses. A GNR, através do núcleo de investigação criminal de Moimenta de Beira, investigou e foi encontrar muito do material procurado em Vila Nova de Paiva, em casa de familiares dos detidos e de um homem que foi constituído arguido por suspeitas de recetação

A GNR esclarece que apreendeu seis espingardas, material de fardamento do exército suíço, 14 bicicletas de várias marcas, que tinham igualmente sido roubadas na Suíça e estavam espalhadas por diversas garagens e armazéns, e ainda dois motociclos.

"Estão envolvidos três cidadãos portugueses. Dois estão detidos em prisão preventiva na Suíça, suspeitos de furtos qualificados, e um terceiro que foi agora constituído arguido no âmbito destas diligências de buscas que fizemos, por receber material furtado", disse ao DN o tenente-coronel Adriano Resende, do Comando Territorial de Viseu da GNR.

Adriano Resende acrescentou que os arguidos detidos na Suíça têm 23 e 29 anos e possuem ligações familiares - são primos afastados - enquanto o cidadão constituído arguido em território português, no concelho de Vila Nova de Paiva, distrito de Viseu, tem 46 anos.

"As armas estavam enterradas num anexo, num terreno adjacente à casa dos progenitores de um dos arguidos detido na Suíça. Não conseguimos saber qual seria o seu destino [das armas], porque estavam enterradas e daí não termos a perceção de qual o destino que lhes seria dado", contou o tenente-coronel.

Do pedido das autoridades suíças, a GNR não dispõe de informação que explique em que circunstâncias foram roubadas as armas. Em causa no pedido estão crimes de furtos qualificados, por arrombamento, em garagens e residências. Na Suíça, país onde existem mais de 200 mil militares, entre profissionais, voluntários e elementos a cumprir serviço militar obrigatório, os soldados devem guardar o armamento que lhes é confiado, e podem fazê-lo nas suas residências. Apesar de não haver informações precisas sobre como ocorreram os furtos das armas, que são propriedade do Exército suíço, admite-se que possam ter sido fruto do assalto a residências particulares.

Tal como as bicicletas, mas estas tinham já destino traçado. Segundo explicou o porta-voz da GNR, "tudo leva a crer que as bicicletas eram furtadas na Suíça para serem revendidas, em território português, a quem eventualmente se predispusesse a comprar".

"As bicicletas estavam guardadas nas residências dos progenitores dos arguidos detidos, também na residência deste sujeito agora constituído arguido e em algumas casas de conhecidos, familiares, a quem as bicicletas já teriam sido revendidas", acrescentou.

Os factos, contou, remontam a novembro de 2016 e julho de 2019 e, em novembro de 2019, a GNR recebeu "um pedido de cooperação das autoridades suíças, via ministério público, no âmbito de uma investigação de furto qualificado em território suíço.

Os factos remetidos ao Tribunal Judicial de Sátão e o MP português irá comunicar com as autoridades suíças para dar conta dos resultados e saber se há mais diligências a fazer, além de definir como o material apreendido é remetido para a Suíça.

[atualizado às 16.40]

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