França não vai extraditar ex-CEO da Nissan se ele viajar para o país

Carlos Ghosn tem liberdade libanesa, francesa e brasileira. Entrou no Líbano com passaporte francês, depois de ter fugido do Japão ode estava em prisão domiciliária.
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A secretária de Estado da Economia, Agnès Pannier-Runacher, afirmou que o antigo CEO da Nissan - que estava em prisão domiciliária no Japão, da qual escapou na passada segunda-feira (30 de dezembro), não podia ser extraditado de França, caso decidisse viajar para o país. Carlos Ghosn tinha dois passaportes franceses, segundo fonte entrevistada pela AF.

"Se um cidadão estrangeiro escapasse da Justiça francesa, ficaríamos muito irritados, mas ele é um cidadão francês, terá apoio diplomático garantido", disse Pannier-Runacher, em entrevista à emissora France Inter.

Ghosn chegou na segunda-feira a Beirute, depois de fugir do Japão, onde estava em prisão domiciliária após ter pago uma caução que evitou a sua ida para uma prisão japonesa.

Entretanto, esta quinta-feira, a presidência libanesa negou relatos de que o Presidente Michel Aoun tivesse recebido o ex-CEO da Nissan. "Ele não foi recebido na presidência e não se encontrou com o presidente", disse fonte próxima de Aoun à AFP. Ghosn viajou de Istambul num avião particular e desde então tem estado reunido com amigos e familiares.

Turquia vai investigar "escala" no país durante a fuga

Carlos Ghosn disse que falara com os jornalistas na próxima semana, segundo um dos seus advogados no Líbano, Carlos Abou Jaoud. O antigo chefe máximo da Nissan entrou no país com um passaporte francês, de acordo com documentos do aeroporto a que a AFP conseguiu aceder.

A emissora pública japonesa NHK disse que o tribunal de Tóquio tinha permitido que Ghosn mantivesse um segundo passaporte francês, desde que fosse mantido "num cofre trancado" e a chave entregue a um dos seus advogados.

As circunstâncias exatas da fuga de Ghosn do Japão, onde este foi libertado após pagar uma caução e sujeito a prisão domiciliária, ainda não foram confirmadas. Os media libaneses têm difundido a informação de que o magnata do setor automóvel, que tem nacionalidade libanesa, francesa e brasileira, fugiu da sua sua residência em Tóquio no interior de um estojo de um instrumento musical, com a ajuda de uma banda de música gregoriana e de um grupo de ex-agentes especiais. A história da fuga ao estilo de Hollywood foi negada por fonte próxima de Ghosn.

Ghosn tem negado todas as acusações contra ele e disse que fugiu para o Líbano para escapar de um sistema judicial japonês "fraudulento. Em declaração divulgada através do seu advogado, disse ter fugido de um "sistema jurídico japonês parcial onde existe uma presunção de culpa, a discriminação é generalizada e os direitos humanos são violados".

A polícia turca abriu uma investigação sobre a forma o empresário conseguiu passar por Istambul durante a sua fuga do Japão para o Líbano - uma vez que terá feito escala no país. Sete pessoas foram detidas para responderem sobre uma alegada transferência de Ghosn de um avião particular ara ouro, o que terá acontecido no aeroporto de Istambul na segunda-feira, segundo a agência de notícias DHA.

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