França admite que a nova variante do vírus possa estar a circular no país. "Corremos um risco teórico"

Testes recentes não detetaram a nova variante do SARS-CoV-2 no país, mas o ministro francês admite que existe atualmente um "risco teórico" de que possa estar já a circular. Além do Reino Unido, foram detetados casos da nova mutação do vírus na Dinamarca, Holanda e na Austrália.
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O ministro francês da Saúde admitiu esta segunda-feira que a nova variante do vírus responsável pela covid-19 possa estar a circular no país, apesar de testes recentes não a terem detetado.

"É perfeitamente possível" que a nova variante do vírus "esteja a circular na França", disse Olivier Véran em declarações à rádio Europe 1.

Atualmente, afirmou o governante, "corremos um risco teórico".

Afirmou que a decisão de proibir as viagens com o Reino Unido, onde a mutação do novo coronavírus foi detetada, foi tomada apenas por "precaução.

"A ideia não é assustar, mas sim tomar as decisões certas na hora certa". O ministro também transmitiu uma mensagem em relação às vacinas contra a covid-19, sendo que a da Pfizer deverá ser aprovada esta segunda-feira pela Agência europeia do Medicameno. "A priori, não há razão para acreditar que a vacina seja menos eficaz".

O responsável pela pasta da saúde francês explicou à emissora de rádio que se trata do "mesmo vírus, mas cujo código genético foi invertido, [...] o que acontece com bastante frequência".

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Acrescentou que esta variante do SARS-CoV-2 "foi identificada numa área do território inglês" onde se verifica uma um maior número de contágios. "Os cientistas ingleses estão a questionar se esta nova variante poderia ser mais contagiosa que as outras. Eles não têm provas, mas entende-se que sejam tomadas todas as decisões necessárias".

Sobre a situação epidemiológica em França, o ministro afirmou que não se verifica uma tendência ascendente, que o país "está em linha reta há cerca de duas semanas, ou seja, o vírus não está a diminuir, mas também não estamos com um aumento exponencial".

Embora não haja um aumento consistente de novas infeções, a situação preocupa. Afirmou que linha reta de contágios que o país está verifica mantém-se muito alta, longe dos "5000 casos por dia, que queríamos alcançar para poder retomar o controlo sobre as cadeias de contaminação do vírus", acrescentou.

"Estamos acima de 10 000, o que significa que estamos numa situação bastante frágil, até precária" alertou o ministro.

De acordo com os últimos dados, registaram-se mais 12 799 novos casos de covid-19 em França.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) apelou aos seus membros na Europa para "reforçarem os controlos" por causa da variante do novo ​​​​​​​coronavírus no Reino Unido, disse no domingo à agência AFP o porta-voz da OMS para a Europa.

De acordo com a OMS, fora do território britânico foi reportado um número reduzido de casos, nove na Dinamarca, assim como um caso na Holanda e na Austrália.

Além disso, a OMS recomendou aos seus membros para que "aumentem as suas capacidades de sequenciação" do vírus, antes de saberem mais sobre os riscos colocados por esta variante.

Diversos países europeus decidiram suspender todos os voos do Reino Unido após a descoberta desta nova variante que está "fora de controlo".

Em Portugal, o Governo decretou restrições à entrada no país de passageiros de voos provenientes do Reino Unido, que passa a ser permitida apenas a cidadãos nacionais ou legalmente residentes em Portugal, anunciaram os ministérios da Administração Interna e da Saúde.

A restrição, com efeito a partir das 00:00 desta segunda-feira (21), foi decretada na sequência da evolução epidemiológica no Reino Unido, onde foi identificada uma variante mais contagiosa do novo coronavírus que provoca a doença covid-19.

À chegada a Portugal, os passageiros que cumpram esses requisitos de entrada, têm ainda de apresentar um teste laboratorial de rastreio negativo ao SARS-Cov-2.

Segundo comunicados divulgados pelo MAI e pelo Ministério da Saúde, em caso de não serem portadores do comprovativo do teste negativo, os cidadãos serão "encaminhados pelas autoridades competentes" para "a realização do referido teste no interior do aeroporto, através de profissionais de saúde habilitados para o efeito", ficando em isolamento.

Em Portugal não se confirma a circulação desta nova variante vírus detetada no Reino Unido, avançam os dois ministérios, que citam dados obtidos pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, que "já englobam análise de amostras do mês de novembro e da segunda vaga".

A medida de restrição à entrada de passageiros oriundos do Reino Unido "será atualizada de acordo com a evolução da situação", adiantam ainda os comunicados dos ministérios.

Com Lusa

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