Figo em bate-boca com político espanhol: "Paguei mais impostos a dormir do que tu acordado"
Os comentários políticos de Luís Figo na rede social Twitter têm criado "burburinho" mediático em Espanha nos últimos meses e voltaram a ecoar esta quinta-feira com um bate-boca entre o ex-internacional português e o porta-voz da Esquerda Republicana da Catalunha, Gabriel Rufián.
Tudo começou com um comentário de Figo a propósito da intervenção do deputado catalão no Congresso dos Deputados, na quarta-feira, quando Rufián sugeriu que o rei Felipe VI representava o papel de um 53.º deputado do partido Vox, conotado com a direita radical.
"O Vox tem 52 deputados. Mas na realidade tem 53, porque tem um na Zarzuela [palácio do rei]", disse o deputado, o que levou Figo a comentar no Twitter: "Já alguém viu este personagem, nas suas intervenções, propor soluções para alguma coisa?". O ex-jogador de Barcelona e Real Madrid, que vive na capital espanhola, prosseguiu nas críticas e acrescentou: "E além disso o quanto custa para todos os espanhóis !!! Mais produtividade e respeito e menos crispação".
Ora, Gabriel Rufián retorquiu na mesma rede social, lembrando os problemas passados de Luís Figo com o Fisco espanhol - o português foi condenado a pagar 2,5 milhões de euros à Hacienda espanhola, em 2012, devido a impostos em falta relativos aos anos de 1997, 1998 e 1999, quando o ex-jogador se encontrava ao serviço do Barcelona.
"O que verdadeiramente custa dinheiro aos espanhóis é não pagar impostos, Luís", escreveu Rufián.
Esta manhã, Luís Figo não deixou o comentário em claro e voltou à carga contra o deputado catalão. "Para ser político é preciso estar mais bem informado e produzir um pouco mais. Paguei mais ao Fisco a dormir do que possivelmente tu acordado a vida toda", respondeu o português.
Já em agosto, quando foi notícia a possibilidade do rei emérito de Espanha, Juan Carlos I, se mudar para Portugal, Luís Figo tinha utilizado o Twitter para manifestar apoio ao monarca, ao mesmo tempo que enviava uma indireta ao líder do UnidasPodemos, e vice-presidente do governo espanhol, Pablo Iglesisas. "Bem-vindo sua Majestade. Aqui não há colectas.
Figo também já tinha sido notícia pelas suas críticas às políticas do governo espanhol, liderado por Pedro Sánchez, na resposta à pandemia de covid-19. Em março, o jornal El Confidencial dava eco de que o português se tinha unido ao chamado movimento Revolución de las Mascarillas [Revolução das Máscaras], que nasceu no bairro madrileno de Salamanca (onde se situam algumas das ruas mais luxuosas da capital) e contestava a atuação do líder do governo.