Em Portugal ou no Mundo "dificilmente algum jogador vai substituir o Cristiano Ronaldo"

Selecionador nacional vai cumprir 100 jogos ao serviço de Portugal, quinta-feira, frente à Rep. Checa. Tem todos os jogadores à disposição para o terceiro de quatro jogos na qualificação da Liga da Nações.
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O jogo 100 "é um número bonito", mas o que Fernando Santos quer mesmo é ganhar à Rep. Checa (quinta-feira, 19.45, RTP1), no Estádio José Alvalade e amealhar pontos no Grupo A2 da Liga das Nações. Segundo o selecionador, o adversário "é desafiante" e exigirá "paciência" e "criatividade" da parte de Portugal, que está na máxima força e tem os 26 jogadores disponíveis.

Na véspera de se tornar centenário de quinas ao peito, o selecionador ainda não esqueceu o primeiro... a 11 de outubro de 2014, com a França (derrota, por 2-1)."Nunca haveria 100 se não houvesse o primeiro. Foi realmente o mais marcante de todos. Estar à frente da seleção do meu pai... Esse primeiro dia é sempre emocionante. Lembro-me mal do primeiro jogo na realidade, fez-me uma certa confusão. Eu que normalmente tenho memória de elefante, como dizem os meus jogadores, só me lembro de não ter conseguido cantar o hino, disso lembro-me bem. Foi o jogo mais marcante", recordou o selecionador, que desde então já lançou 57 novos internacionais.

Um deles foi Rafael Leão (22 anos). Será o avançado do AC Milan o substituto de Cristiano Ronaldo (37 anos) na seleção: "Rafael e Ronaldo não jogam na mesma posição. Sucessor, nesse sentido, não será. Dificilmente, algum jogador vai substituir o Cristiano Ronaldo e não é em Portugal, é no Mundo." Além disso, "nem é bom para o Rafael Leão" fazerem essa comparação. "Ele tem as características dele e tem de ser o Rafael Leão. Se está aqui com 22 anos, é porque vai ser o futuro da seleção", disse Fernando Santos, sem avançar quem colocará a jogar no ataque esta quinta-feira. Mas deu uma pista: "Quem marca golos, é difícil..."

No jogo com a Suíça (4-0) fez seis alterações no onze em relação ao jogo com a Espanha (1-1). Vai promover a rotatividade também frente à Rep. Checa? "Nesta fase da época, 72 horas marcam a maior dificuldade de recuperação, mas para este temos 98. Depois vamos ter um jogo novamente com 72, e a gestão será feita de acordo com o que eu acho que é importante. Essa gestão depois pode ser feita com alguns a jogar 50/60 minutos, depois jogar menos em outro. A equipa que inicia o jogo é que demonstra o que é a gestão", defendeu o engenheiro, lembrando que há 11 milhões a torcer a favor.

Para o selecionador português, a Rep. Checa "é uma equipa muito bem organizada em termos defensivos, muito compacta, que começa a tentar pegar logo na linha de meio campo e baixa sempre junta. Tem um processo muito simples a atacar. É muito forte nas transições e no ataque rápido". E por isso "há que ter paciência para encontrar os espaços que existam", segundo Fernando Santos.

"Vai ser muito desafiante. A Rep. Checa não é como a Espanha e a Suíça, que tentam jogar em posse. Não aparecerá tanta oportunidade para aproveitar a profundidade, por exemplo. Esta equipa mantém quase sempre quatro ou cinco jogadores atrás, não se desequilibra". Também por isso será necessária ter "paciência" - palavra que repetiu várias vezes e em vários contextos. "Mas não é paciência estática. Não pode ser só circular para o lado e para trás. Temos de ter objetividade e agressividade para procurar o espaço. Vai ser difícil entrar pelo espaço central, mas há espaços que vamos poder explorar", avisou Santos, defendendo que "nestes jogos, é muito importante a criatividade individual, porque o espaço é menor". Por isso acredita que o jogo se vai decidir no último terço e por isso a qualidade do passe e um drible podem marcar a diferença.

Um dos que pode desquilibrar é Diogo Jota. O avançado admitiu esta quarta-feira que a temporada 2021-22 pelo Liverpool foi desgastante, mas na seleção "não há cansaço físico nem mental". Apenas felicidade "por ajudar", seja com Ronaldo, Leão ou André Silva como companheiro de ataque.

Portugal lidera o grupo, com quatro pontos, os mesmos da Rep.Checa em duas rondas. Espanha tem dois e a Suíça zero pontos.
isaura.almeida@dn.pt

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