Fazer "chacota" das Forças Armadas. "Na política não devia valer tudo"
Na sua página do Facebook Azeredo Lopes não esconde a sua indignação com as palavras de Rui Rio, esta tarde no encerramento da Universidade de verão. O presidente do PSD fez duras críticas à demora do Ministério Público (MP) em concluir a investigação a Tancos, ironizou com a facilidade com que se "rouba material militar da mesma forma que se consegue entrar num jardim para roubar umas galinhas" e atacou o governo. "Politicamente está proprovado que o Governo foi incapaz e não tem respostas para dar, é incapaz nesta matéria, ponto final parágrafo", afirmou.
Para o ministro da Defesa "fazer chacota com as Forças Armadas ou com as suas chefias quebra um consenso de décadas na nossa Democracia, fere instituições que tanto fizeram e fazem por Portugal e pela nossa soberania. Daqui até aos confins da República Centro-Africana", sublinhando que "na política, como noutras esferas da vida, não devia valer tudo".
Num post com oito pontos Azeredo Lopes refere que "o governo fez o que lhe cabia e era seu dever, respondeu de forma célere e competente ao furto de Tancos e restabeleceu as condições de segurança do material militar à guarda das Forças Armadas, nomeadamente através da recolocação noutros paióis mais modernos, num tempo recorde, de mais de mil toneladas daquele material".
Lembra que "ao Ministério Público cabe a investigação criminal do caso que, evidentemente, não incumbe ao Governo e, outra vez evidentemente, lhe está vedada" e acusa Rio de confundir "factos básicos, que se resumem ao...princípio da separação de poderes".
O governante registou as palavras de Rio quando este afirmou não ter tido tudo o que sabia ("há coisas muito mais complicadas de investigar do que isto e já vai para lá do tempo, eu não disse tudo o que sei"). Azeredo assinala que "causa alarme social, que se deixe no ar a insinuação de que se sabe mais do que aquilo que se anuncia. Melhor será então que, imediatamente, se divulgue aquilo que se diz sabe".