Faz um ano que morreu o dissidente chinês Liu Xiaobo. "Ele foi absolutamente corajoso"
"Ele foi absolutamente corajoso. As pessoas podem criticá-lo por não ter conseguido mudar nada, mas ele tornou-se um ícone muito significativo". As palavras são de Ng Kuok Cheong, deputado pró-democrata de Macau sobre o dissidente Liu Xiaobo, que morreu faz esta sexta-feira um ano.
O ativista pró democracia estava preso há oito anos pelo crime de subversão do Estado quando lhe foi diagnosticado um cancro terminal no fígado. Tinha 61 anos.
À Teledifusão de Macau, TDM, o deputado, que há 26 anos fundou a maior associação pró-democracia no território, a Nova Macau, recorda Xiabou, o primeiro chinês a ser distinguido com um Nobel da Paz. "Ouvi o nome de Liu Xiaobo, que participou nas decisões dentro do movimento de Tiananmen. Nessa altura prestei atenção, percebi que era um líder muito significativo", lembra.
Ng Kuok Cheong refere que em Macau Liu Xiaobo "é alguém que, apesar de ser importante, é algo da China continental". O deputado apela, no entanto, a importância do exemplo do dissidente chinês. "Temos de proteger estes valores [democracia e diretos humanos] neste pequeno local, porque no futuro acho que tudo pode mudar", alerta do deputado que está na assembleia de Macau desde 1992. " O sucesso atual da China não é assim tão bom, tem um lado negro", avisa.