Farmacêutica Novartis patrocina ensaio clínico com hidroxicloroquina nos EUA
A Novartis anunciou ter chegado a um acordo com a Food and Drug Administration (FDA), a agência do medicamento dos Estados Unidos, para realizar um ensaio clínico de fase III com cerca de 440 pacientes para avaliar se a polémica hidroxicloroquina é ou não eficiente no tratamento do coronavírus.
A empresa disse que sua divisão Sandoz forneceria os medicamentos necessários para o ensaio, que será realizado em mais de uma dúzia de unidades de saúde nos Estados Unidos a partir das próximas semanas.
A hidroxicloroquina é usada há décadas contra a malária e está a ser testada em todo o mundo contra o novo coronavírus, juntamente com outro medicamento antimalárico, a cloroquina.
Ambos têm efeitos colaterais potencialmente graves, e uma série de ensaios clínicos estão em andamento para determinar sua eficácia e segurança.
"Reconhecemos a importância de responder à pergunta científica sobre se a hidroxicloroquina será benéfica para pacientes com doença de COVID-19", disse John Tsai, diretor médico da Novartis no comunicado.
"Nós mobilizámo-nos rapidamente para dar resposta a essa questão neste estudo controlado, que incluirá distribuição aleatória e anónima, misturada com recurso a placebo em alguns dos doentes", acrescentou.
A hidroxicloroquina suscitou expetativas contra o COVID-19 em estudos de pequena escala na França e na China por reduzir os níveis de vírus entre pessoas gravemente infectadas.
O presidente dos EUA, Donald Trump, elogiou esta substância como um tratamento promissor contra o coronavírus e nos EUA foi concedida uma autorização limitada de uso de emergência para este medicamento. Mas muitos cientistas pedem cautela até que ensaios maiores mostrem se é seguro e eficaz.
A Novartis disse que os pacientes neste estudo seriam "randomizados" em três grupos, com o primeiro a receber hidroxicloroquina, o segundo a receber o medicamento combinado com um antobiótico e o terceiro grupo a receber um placebo.
A Novartis disse que doaria 130 milhões de comprimidos de hidroxicloroquina para fornecer ensaios clínicos no sentido de aferir se o medicamento é benéfico contra o COVID-19. E prometeu ainda abrir os seus direitos de propriedade intelectual relacionados ao uso do medicamento, caso tenha eficácia comprovada.
A empresa acrescentou que planeia patrocinar ou co-patrocinar ensaios clínicos para estudar os benefícios de outros dois medicamentos, o ruxolitinibe e o canakinumabe, para pacientes hospitalizados com COVID-19.