EUA emitem alerta sobre perigo de agressões sexuais em Espanha

Embaixada alerta turistas e estudantes para o aumento de crimes sexuais em Espanha. Em janeiro, três norte-americanas alegaram terem sido agredidas sexualmente numa festa de passagem de ano em Múrcia.
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Os EUA emitiram um alerta de segurança destinado aos cidadãos do país que visitam em Espanha depois do aumento no número de agressões sexuais no país. A recomendação, dirigida a estudantes e turistas, é para que "bebam com responsabilidade" e evitem viajar sozinhos. O conjunto de diretrizes foram publicadas pela embaixada dos EUA em Espanha.

A embaixada também aconselha os cidadãos a conhecerem a lei espanhola, sobretudo em relação a casos de agressão sexual.

O consulado recorda que que os norte-americanos estão entre os estrangeiros que denunciaram casos graves de violência sexual.

Também é aconselhado que estudantes e turistas no país usem o "sistema de amigos", ou seja, que estejam sempre acompanhados por um amigo ou familiar.

"Se for agredida sexualmente, ligue para o 112 imediatamente [e] considere entrar em contacto com um advogado local para ajudá-lo a entender o processo de justiça criminal e [assim] proteger os seus direitos", alerta a embaixada dos EUA, recordando que a lei espanhola é diferente da norte-americana.

A embaixada justifica o alerta com o aumento dos incidentes relatados nos últimos cinco anos.

Em janeiro, lembra a BBC, três jovens norte-americanas alegaram ter sido agredidas sexualmente numa festa de passagem de ano em Múrcia, no sul da Espanha. A polícia interrogou três suspeitos, que negaram o crime, segundo o El Pais. O caso continua em investigação.

De acordo com os números mais recentes da organização de direitos humanos Geoviolencia Sexual,o ano passado registaram-se 73 casos de agressões sexuais em Espanha.

A organização relata 60 casos de agressão sexual em grupo em 2018 e apenas 14 em 2017.

Em novembro, milhares de pessoas saíram às ruas em Espanha depois de um tribunal de Barcelona ter ilibado cinco homens acusados do crime de violação, condenando-os apenas por um crime de abuso sexual, com uma moldura penal menor. Argumento? Não haver provas de que a vítima, uma adolescente de 14 anos que estava inconsciente, tenha negado o ato sexual.

O caso reavivou uma onda de indignação em Espanha, com pedidos de alteração da lei, que tipifica o crime de violação como o ato de cometer abuso sexual usando violência ou intimidação.

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