Acusada de ser uma espia russa, suspeita de tentar infiltrar a National Rifle Association (NRA) e influenciar a política dos EUA face à Rússia, Maria Butina vai declarar-se culpada depois de os seus advogados terem chegado a acordo com os procuradores americanos..Segundo noticiou segunda-feira a CNN, Butina, de 30 anos, começou a colaborar com os procuradores, devendo comparecer em tribunal quarta-feira..Antiga estudante universitária nos EUA, a russa já tinha se tinha declarado culpada, em julho, da acusação de que era uma agente ao serviço do governo russo e que conspirava para levar a cabo ações em benefício da Rússia..Desta vez, Butina é acusada pelos procuradores americanos de trabalhar com um oficial russo e outros dois cidadãos americanos para tentar infiltrar o poderoso grupo de lóbi National Rifle Association, o qual tem ligações a políticos republicanos, entre eles Donald Trump. Ela era líder do grupo Right to Bear Arms, fundado por Alexander Torshin, um aliado do presidente russo Vladimir Putin..O oficial russo foi identificado como sendo Alexander Torshin, vice-governador do banco central da Rússia, abrangido pelas sanções do departamento do Tesouro dos Estados Unidos. E um dos dois americanos mencionados pelos procuradores é Paul Erickson, um político conservador dos EUA, que teve uma relação amorosa com a alegada espia russa. Porém, nem Torshin, nem Erickson foram acusados de qualquer delito..Em 2016, Butina disse que o Right to Bear Arms tinha 10 mil membros, contando com mais de sete dezenas de escritórios na Rússia. Esse foi o ano em que a russa foi estudar para Washington para estudar na American University. Erickson ajudou-a a introzir-se nos meios republicanos. Num artigo que ela assinou no The National Interest, um ano antes, ela escreveu: "Talvez seja necessária a eleição de um republicano para a Casa Branca em 2016 para melhorar relações entre a Federação Russa e os Estados Unidos"..Segundo o departamento de Justiça americano, Butina é "uma agente secreta encoberta da Rússia", tendo mantido contactos com espiões russos e levado a cabo uma missão "para penetrar o sistema de decisão dos EUA e fazê-lo em prol da agenda da Federação Russa".