"English? Non merci", apela o ministro da cultura francês

Franck Riester apela aos cidadãos para usarem a língua francesa. Críticos apontam-lhe expressões inglesas do presidente Macron
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O ministro da Cultura francês pediu aos cidadãos que, "num tempo de globalização linguística", reafirmem o uso da língua francesa, isto apesar de o presidente Emmanuel Macron utilizar várias expressões inglesas nos seus discursos.

Há muito tempo que França se orgulha das suas língua e cultura e tem procurado constantemente defender-se contra a invasão da língua inglesa e dos hábitos dos Estados Unidos.

Numa mensagem no Twitter, no domingo, o ministro da Cultura, Franck Riester, apelou para que se mantenha o francês, num dia em que se assinalava,o 25º aniversário da lei que regulamenta o uso do francês na televisão e na rádio. O tweet é acompanhado por uma grande imagem da bandeira nacional francesa, a "Tricolor".

Na sequência dessa publicação, vários críticos já se manifestaram, apontando o facto de o próprio presidente Macron usar regularmente o idioma inglês, em frases como "Start-Up Nation" para promover a inovação e tecnologia assim como vários negócios de sucesso na França.

"O próprio Macron usa slogans em língua inglesa!" afirmou Didier VanStaevel, em resposta à publicação de Franck Riester no Twitter, enquanto outros apontaram o facto de o presidente francês se ter referido à democracia como um sistema "bottom-up".

O executivo de cinema Christophe Courtois afirmou que as grandes companhias francesas usam regularmente slogans em inglês em vez de francês, como por exemplo a Renault, que num slogan escreveu "Nerver to much", ou a Air France: "France is in the air".

A lei de Toubon de 1994 tornou obrigatório o uso do francês em todas as transmissões televisivas, o que significa que todos os programas de línguas estrangeiras são dobrados em francês; no que toca à rádio, devem tocar durante a maior parte do dia pelo menos 40% de músicas francesas.

Em 2006 o então presidente francês Jacques Chirac abandonou brevemente a Cimeira da União Europeia como forma de protesto quando o chefe francês da indústria da União Europeia utilizou a língua inglesa durante a sua intervenção.

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