Em lágrimas, primeira-ministra da Dinamarca pede desculpa pela forma como geriu crise dos visons

Dinamarca mandou abater os mais de 15 milhões de visons existentes nas várias quintas de criação do país, depois de ter sido encontrada uma mutação do vírus naqueles animais
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A enxugar as lágrimas, a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, pediu desculpas nesta quinta-feira (26) pela gestão da crise com os visons (ou martas) no país, depois de uma mutação do novo coronavírus encontrada em quintas de criação ter motivado o governo a decretar o abate de milhões de visons.

A chefe do governo visitou uma dessas quintas, no município de Kolding, cujos animais foram sacrificados apesar de estarem saudáveis, embora mais tarde tenha sido determinado que o governo não tinha o direito legal de o fazer. E após a visita, em declarações aos jornalistas, não escondeu a emoção.

"Não tenho problemas em pedir desculpa pelo curso dos acontecimentos, porque de facto erros foram cometidos", disse Frederiksen à emissora TV2.

Visivelmente emocionada, Frederiksen fez várias pausas para enxugar as lágrimas e enfatizou que era importante lembrar que a culpa não era dos criadores.

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"É por causa do vírus, e espero que possa haver uma pequena luz ao fundo do túnel neste momento para os criadores de visons dinamarqueses", disse Frederiksen.

No início de novembro, a Dinamarca - que é o maior exportador mundial de pele de vison - anunciou que abateria todos os mais de 15 milhões de visons do país depois de uma mutação do SARS-Cov2 ter sido descoberta e poder comprometer a eficácia de vacinas futuras, segundo alguns especialistas.

No entanto, alguns dias depois, o governo reconheceu que não tinha base legal para ordenar essa medida. O ministro da Agricultura, Mogens Jensen, pediu desculpas e renunciou mesmo ao cargo na semana passada.

Após a renúncia de Jensen, o Ministério da Saúde concluiu que a ameaça potencial às vacinas humanas estava "muito provavelmente extinta", na ausência de novos casos da versão mutada do vírus.

De acordo com a última contagem, mais de dois terços dos cerca de 15 a 17 milhões de visons no país já foram abatidos.

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