Dose de reforço da vacina será alargada a maiores de 18 anos

A prioridade vai ser dada às pessoas com comorbilidades, informou o secretário de Estado Adjunto e da Saúde.
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A administração da dose de reforço da vacina contra a covid-19 vai ser alargada aos maiores de 18 anos, com prioridade para as pessoas com comorbilidades, avançou esta quinta-feira o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales à rádio Renascença.

"Durante a noite, saiu um parecer da CTVC [comissão técnica de vacinação contra a Covid-19], emitido pela Direção-Geral da Saúde em como a dose de reforço irá até aos 18 anos, obviamente, feito de acordo com prioridades", disse o governante. "Essas prioridades englobam pessoas com mais de 18 anos com comorbilidades", explicou.

O processo de vacinação irá decorrer, "como temos feito, noutras faixas e noutras circunstâncias, por faixas de maior idade: 40 anos e depois por aí abaixo, por faixas decrescentes até aos 18 anos", afirmou António Lacerda Sales.

De acordo com o parecer da CTVC, divulgado no site da DGS, "os dados e a evidência disponíveis indicam um claro benefício da vacinação contra a covid-19 com dose de reforço para as pessoas com 40 ou mais anos de idade e das pessoas com 18 aos 39 anos com comorbilidades, pelo que a vacinação destas pessoas é fortemente recomendada, no atual contexto epidemiológico".

No documento, é referido que "com a vacinação destes grupos estima-se a redução de mais de 90% do número de pessoas hospitalizadas por covid-19, assumindo uma adesão elevada à vacinação com dose de reforço".

O parecer diz, contudo, que "os dados e a evidência disponíveis são mais incertos relativamente à magnitude do benefício com a vacinação das pessoas com menos de 40 anos sem comorbilidades, especialmente por não ser possível antecipar o impacto da vacinação destas faixas etárias na evolução da situação epidemiológica com predominância da variante Ómicron".

A CTVC admite que "a vacinação destas pessoas pode apenas vir a ocorrer num período de menor gravidade epidemiológica", mas refere que "numa estratégia de Saúde Pública", a vacinação nestas faixas etárias "pode ser defensável".

"Os estudos publicados até à data mostram consistentemente que a idade é o principal fator prognóstico na covid-19, sobretudo acima dos 40-50 anos. Para idades inferiores, a presença de comorbilidades parece ser o preditor para a covid-19 grave, hospitalização e morte" por infeção de SARS-CoV-2, refere o comunicado.

De acordo com a comissão técnica, a maioria dos doentes hospitalizados com covid-19 tem mais de 40 anos. "À data de 15 de dezembro de 2021, os maiores de 40 anos representavam 94,5% e 93,4% do total de doentes enfermaria e UCI [Unidades de Cuidados Intensivos], respetivamente", indica o parecer.

É, por isso, "expectável", indicam os especialistas da CTVC , "que a administração de uma dose de reforço às pessoas com 40 ou mais anos de idade, priorizando os mais velhos, às pessoas com comorbilidades e aos profissionais de saúde", como recomendado pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC, na sigla em inglês), "diminua a previsível pressão sobre os serviços de saúde associada à antecipada propagação" da variante Ómicron.

"A vacinação das pessoas com 40 ou mais anos de idade permite abranger a maioria (cerca de 94%) das pessoas atualmente hospitalizadas por covid-19", diz ainda o parecer da comissão técnica.​​​

O último relatório de vacinação da DGS, divulgado na quinta-feira, indica que perto de 2,5 milhões de pessoas já receberam a dose de reforço da imunização contra o coronavírus, sendo que 87% dos idosos com 80 ou mais anos já estão vacinados com a terceira dose de reforço.

Nesta quinta-feira já é possível fazer o autoagendamento para a dose de reforço da vacina contra a covid-19 para pessoas com 55 ou mais anos. Também hoje está disponível a modalidade de "casa aberta" para os maiores de 63 anos e para os maiores de 40 anos vacinados com o imunizante da Janssen.

O autoagendamento poderá ser feito em https://covid19.min-saude.pt/pedido-de-agendamento/.

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