Dois polícias de uma unidade de elite francesa foram condenados a sete anos de prisão por violação coletiva de uma turista canadiana..Aconteceu numa noite de abril de 2014, em Paris: Emily Spanton, de 39 anos, conheceu os dois polícias num bar irlandês e estiveram a beber juntos até que os polícias a levaram para a esquadra central, na Quai des Orfèvres. Aí, ela conta que a atitude deles mudou completamente: tê-la-ão obrigado a beber um copo de whisky e a fazer-lhes sexo oral. E diz que depois foi violada várias vezes. A canadiana, que admite que estava muito bêbeda, deixou o edifício cerca de 80 minutos depois, em lágrimas, sem collants e com os sapatos na mão. Emily Spanton apresentou imediatamente queixa..Os polícias, Antoine Quirin, de 40 anos, e Nicolas Redouane, de 49, ambos membros da Brigade de Recherche et d'Intervention, negaram as acusações e disseram que o sexo tinha sido consentido. No entanto, durante a investigação, a polícia descobriu que tinham destruído provas essenciais, como fotografias e vídeos captados nessa noite. Quirin começou por negar ter tido algum contacto sexual com a vítima mas acabou por mudar o seu testemunho depois de o seu ADN ter sido encontrado na roupa interior de Emily Spanton..Nas alegações finais do caso, o procurador Philippe Courroye declarou que estava "profundamente convencido" que os polícias tinham violando a mulher. "Por terem abusado de uma estrangeira jovem e alcoolizada, tratando-a como um objeto, eles passaram para o lado daqueles que deveriam prender...", o procurador pediu sete anos de prisão para os dois homens. Mas os advogados já anunciaram que vão recorrer da sentença..O caso tem sido polémico pela forma como as autoridades agiram perante a denúncia. Depois de fazer queixa, Emily Spanton teve de fazer exames para despistar consumo de álcool e drogas, foi interrogada durante cinco horas, o seu quarto de hotel foi revistado e o computador investigado. Mais tarde, os inspetores foram ao Canadá interrogar familiares e amigos. Já os dois polícias puderam voltar tranquilamente para casa sem sequer fazer um teste de alcoolemia. O local do crime não foi isolado e várias provas desapareceram.