Devin Nunes está disposto a tudo para ilibar Trump no caso da ingerência russa nas eleições
Os republicanos devem manter a maioria na Câmara dos Representantes - só assim, acredita o congressista Devin Nunes, da Califórnia, será possível salvar o Presidente Donald Trump na investigação da alegada interferência russa nas últimas eleições americanas.
Ele não o diz assim publicamente mas a MSNBC divulgou a gravação de uma conversa privada, tida numa reunião financiadores do Partido Republicano, em Washington, em que é possível ouvir o representante republicano Devin Nunes a declarar: "Se Jeff Sessions não retirar a sua recusa [em participar na investigação a Trump] e se Mueller não ilibar o Presidente, seremos os únicos [que podem fazer algo] e isso é um grande risco". E conclui: "Temos de manter a maioria na Câmara dos Representantes [nas eleições em novembro]. Temos de manter todos os lugares".
Em fevereiro de 2018 a Comissão de Serviços Secretos, presidida por Nunes publicou um relatório em que acusava o FBI de conspirar contra Donald Trump - e que eventualmente levaria à demissão do diretor do FBI, James Comey. Em março, a Comissão concluía a sua própria investigação à questão russa anunciando não haver provas de qualquer interferência.
Agora, estas declarações provam - alegam os seus opositores - que o congressista luso-descendente, não está a agir com a imparcialidade que sempre anunciou ter. E isso retira toda a credibilidade às investigações anteriormente conduzidas pelos republicanos na Comissão. Em vez de tentar encontrar a verdade, Nunes está mais preocupado em provar a inocência de Trump, a qualquer preço, dizem os analistas.
Em março de 2017, o procurador-geral Jeff Sessions anunciou o seu afastamento da investigação e passou essa responsabilidade para o procurador Rod J. Rosesnteim. Tal como Devin Nunes, também o presidente Donald Trump já tinha pedido a Mueller que revisse esta posição: Trump considera que a investigação está minada por conflitos de interesses do procurador especial Robert Mueller e manipulada pelos seus adversários políticos: "É uma situação terrível e o procurador-geral Jeff Sessions deve pôr fim a esta caça às bruxas viciadas, antes que continue a manchar o nosso país", escreveu no Twitter a 1 de agosto.
Entretanto, a investigação prossegue e o procurador especial Robert Mueller planeia terminá-la até ao dia 1 de setembro.