O antigo diretor do FBI Robert Mueller foi nomeado procurador especial para investigar "os esforços do governo russo para influenciar a eleição presidencial de 2016 e assuntos relacionados", anunciou o Departamento de Justiça norte-americano. Uma nomeação que vem de encontro às exigências feitas por congressistas e senadores democratas. A Casa Branca, por seu turno, já havia dito achar desnecessária a nomeação de um procurador especial.."Com base em circunstâncias únicas, o interesse público exige-me colocar esta investigação sob a autoridade de uma pessoa com um nível de independência da normal cadeia de comando", explicou o procurador-geral adjunto dos EUA, Rod Rosenstein. "Um conselho especial é necessário de forma a que o povo americano tenha a total confiança no resultado. O nosso país é baseado no Estado de Direito e o público deve ter a certeza que os oficiais do governo cumprem a lei", prosseguiu Rosenstein, que está à frente deste processo desde que o procurador-geral, Jeff Sessions, se afastou da matéria devido ao seu papel da campanha de Trump..De acordo com o Departamento de Justiça, Mueller demitiu-se da sua firma de advocacia para assumir a investigação. De 72 anos, Muller foi diretor do FBI entre 4 de setembro de 2001, nomeado por George W. Bush, e 4 de setembro de 2013, já no mandato de Barack Obama..O senador republicano John Cornyn elogiou a nomeação de um procurador especial, dizendo que esta poderá ajudar a aliviar as tensões bipartidárias no Congresso. Cornyn, o número dois da maioria republicana no Senado, retirou na terça-feira o seu nome da lista de candidatos a diretor do FBI, alegando que o cargo deve ser ocupado por alguém independente e com credibilidade na área..Sobre este assunto, o republicano afirmou que a nomeação do procurador especial poderá facilitar a confirmação no Senado do novo diretor do FBI, acrescentando que o antigo senador Joe Lieberman, caso seja nomeado, poderá ter um apoio alargado entre os 100 senadores.