Couto Viana publica livro de contos pícaros no dia 12
Aos 86 anos, o encenador, tradutor, poeta, dramaturgo, antigo empresário teatral, diz que passa muitas horas de "reclusão no quarto, a trabalhar" desde que entrou na Casa do Artista em Junho de 2000 para convalescer de uma cirurgia.
"O ambiente da Casa é excepcional, único", frisa, e vai contando que trabalha para o Conselho de Leitura da Fundação Gulbenkian, a escrever os seus contos - descobriu que gosta de ser "contista".
No dia 12, publica um novo livro de contos pícaros, agora que Couto Viana está a escrever a história da Companhia Nacional de Teatro (1961/1967) de que foi empresário.
Couto Viana encenou óperas, foi director do Teatro de Ensaio e empresário do Teatro do Gerifalto, onde se estreou Morais e Castro, recentemente falecido.
Em nove anos de Casa do Artista, diz que leva "30 livros escritos e publicados e outros tantos na gaveta".
Com uma perna amputada e algumas limitações daí decorrentes, Couto Viana diz fazer uma vida normal, porque do que precisa é da cabeça e essa está "lúcida e óptima".
Couto Viana não é a única pessoa activa na Casa do Artista. Adelaide João, a residir na casa desde Março passado, integrou em Palmela o elenco da peça "Crucificado" com o Teatro O Bando. Mariema, em convalescença temporariamente na Casa do Artista, está a gravar uma telenovela.
Os três artistas contam-se entre os 71 residentes que lotam a Casa do Artista, entre os 45 e os 104 anos.