Costa quer salto do PS, Rio responde com poesia e Cristas tem uma vacina

Socialistas, PSD e CDS tiveram os seus eventos políticos de <em>rentrée</em>, com Costa e Cristas na Madeira e Rio no Algarve. PS pede reforço devido aos "bons resultados", Rio diz que socialistas atuam como donos do Estado e Cristas afirma ter antídoto para sondagens.
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Foi uma rentrée dividida entre a Madeira, com PS e CDS, e o Algarve, onde o PSD fez a habitual festa do Pontal. Sem surpresas. António Costa diz que está tudo a correr bem ao país, pelo que a continuidade é essencial, Rui Rio critica a utilização abusiva do Estado pelo PS, acabando com um poema, enquanto Cristas promete combater a corrupção sem temer os maus resultados que as sondagens avançam.

No Machico, António Costa apostou em enaltecer os "bons resultados" da governação socialista nos últimos quatro anos para apelar aos eleitores para que votem no PS. "É essencial assegurar a continuidade da boa governação que tem dado resultados", disse o líder socialista na Madeira, onde aproveitou para fazer um paralelismo entre a região e o continente para dizer que o PS é a melhor opção.

Sem falar em maioria absoluta, nem responder a Sócrates, Costa referiu que o PS apenas pede "mais força para encetar o programa de governo na República e na região", com as eleições regionais que antecedem as legislativas na mira. Paulo Cafôfo é o candidato socialista na Madeira, a aposta para tentar o feito histórico de derrotar o PSD no arquipélago. "Não pedimos um cheque em branco. Temos um programa para a República e para a região", disse.

Sem ataques diretos aos adversários, o secretário-geral do PS deixou críticas ao PSD na comparação que fez das prioridades de quem governa. O seu objetivo foi salientar a boa governação do PS, que precisa, argumentou, de ser reforçada para "enfrentar os grandes desafios do futuro para o conjunto do país", enunciando "as alterações climáticas, a necessidade de contrariar a tendência do decréscimo da demografia, assegurar a modernização da economia, administração pública e sociedade".

No Algarve, na habitual festa do Pontal, o palco do PSD para rentrée política, Rui Rio teve uma estratégia diferente na sua intervenção, que acabou com poesia. António Costa e o PS estiveram no centro dos ataques. "O PS sempre olhou para o Estado como dono do Estado e aproveita-se para se servir a si próprio quando chega ao poder", disse o líder social-democrata, referindo ainda famílias do PS que usam o Estado abusivamente.

Com um programa que visa criar um sistema de melhores empregos e melhores salários, Rui Rio afirmou que o PS não teve uma tão boa governação como propaga. Podia ser muito melhor, considerou, para anunciar que irá bater-se pela descentralização nem que seja preciso uma guerra: "Vamos comprar uma guerra das que eu gosto, uma guerra pela descentralização, pela desconcentração, vamos afrontar interesses instalados."

E acabou com um poema que terminava desta forma: "Não são dados a rigores/ As políticas socialistas./ Foi assim com os professores/ É agora com os motoristas." "Mas o teatro montado/ Que o povo irá julgar/ Por certo será derrotado/ E o PSD vai ganhar."

Assunção Cristas esteve também na Madeira com o seu CDS-PP. Com o partido muito em baixo nas sondagens, Cristas disse ter a vacina contra as sondagens e acredita haver muitos eleitores que irão dar o voto ao partido. Na Calheta, afirmou que as prioridades do partido são "libertar" as famílias e as empresas da "maior carga fiscal de sempre" e proporcionar um sistema de saúde de qualidade para todos, bem como estabelecer licenças de parentalidade de um ano e uma rede de cuidadores para os mais idosos.

A corrupção entrou em força na intervenção. "Combate à corrupção de que outros têm medo, mas nós não temos medo, pelo contrário, sabemos que um Estado e uma democracia que se dá ao respeito é aquela que aceita que não pode ter corrupção", disse Assunção Cristas neste arranque de pré-campanha para as legislativas.

O Bloco de Esquerda está a realizar o Fórum Socialismo 2019 no Porto, o seu evento de rentrée, com a intervenção de Catarina Martins a ser efetuada neste domingo, às 16.00. O PCP só na próxima semana tem a sua grande iniciativa política após o verão, com a Festa do Avante!.

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