Costa promete procurar nova e alargada geringonça

PS vai "procurar renovar esta solução política", afirmou António Costa.
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"Os portugueses gostaram da geringonça" e por isso o PS vai "procurar renovar esta solução política", disse nesta noite o líder do PS, no seu primeiro comentário ao resultado das legislativas.

O secretário-geral do PS sublinhou nesta noite que os portugueses demonstraram duas coisas com os resultados: "Que desejaram um novo governo reforçado para governar com estabilidade no horizonte da próxima legislatura" e que "gostaram da geringonça e querem a continuidade da atual solução política com o PS mais forte".

Costa entrou ao som dos gritos de "vitória! vitória" e não se fez rogado: "O PS aumentou e ganhou em votos, ganhou em mandatos e elege em todos os círculos eleitorais em território nacional", deixando votos de que possa acontecer o mesmo nos dois círculos da emigração - onde os socialistas apostaram fortemente com Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, a ser cabeça-de-lista por Fora da Europa, que tradicionalmente só elege deputados do PSD.

O socialista poupou a esquerda a grandes juízos de valor sobre os seus resultados ao notar que "PCP e BE consolidaram no essencial a sua posições eleitoral", enquanto que o "PAN teve um reforço importante".

Para já, assegurou Costa, os socialistas vão estabelecer contactos tal e qual há quatro anos, para falar com os bloquistas e comunistas, com Costa a contar que o PCP possa "evoluir na posição" demonstrada esta noite. Com o partido Pessoas-Animais-Natureza, o líder socialista afirmou que vai procurar saber "se há agora condições para um acordo", o que não aconteceu em 2015. E também com o Livre, afirmou, antecipando assim o anúncio da eleição de Joacine Moreira, o que provocou uma explosão de alegria na sede do Livre.

Costa insistiu na responsabilidade que tem "para procurar uma maioria para quatro anos", mas insistiu que essa responsabilidade só dos socialistas, é também dos outros partidos à esquerda. Sobre a apresentação de cadernos de encargos pelos que foram seus parceiros no Parlamento, o secretário-geral do PS notou que esses encargos já eram conhecidos - "os seus programas eleitorais" - mas também reforçou que o PS também tem o seu caderno, e que é também o seu programa eleitoral.

O líder do PS apontou ainda para a "uma derrota histórica" da direita, do PSD e CDS, "mesmo com o reforço da Iniciativa Liberal e do Chega", e argumentando que essa derrota se deve ao facto de os dois partidos "não terem apresentado uma alternativa política", baseando a sua campanha em casos e ataques pessoais".

Aliás, no período de perguntas dos jornalistas, Costa recusaria responder sobre se Tancos será um incómodo para o seu executivo e, questionado como pretende o PS atuar para travar os populistas da extrema-direita no Parlamento, limitou-se a responder: "Não contamos com o Chega para nada!" E na plateia gritou-se: "25 de Abril sempre, fascismo nunca mais!"

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