António Costa escolhe Elisa Ferreira para comissária europeia
Portugal propôs a vice-governadora do Banco de Portugal Elisa Ferreira para comissária europeia, indicou fonte oficial do Governo português.
"O primeiro-ministro comunicou à presidente eleita da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o nome de Elisa Ferreira para integrar o colégio de Comissários da próxima Comissão Europeia", afirmou fonte oficial do gabinete de António Costa citada pela Lusa.
A pasta a exercer pela futura comissária europeia será comunicada posteriormente pela presidente eleita da Comissão Europeia - que estabeleceu a paridade de género como critério na composição desse órgão.
Licenciada em Economia pela Universidade do Porto em 1977, Elisa Ferreira, 63 anos, tem um mestrado e um doutoramento pela Universidade de Reading, em Inglaterra (1981 e 1985) e é a primeira mulher portuguesa a ocupar o cargo de comissária europeia, depois de Carlos Moedas, Durão Barroso (presidente), António Vitorino, João de Deus Pinheiro e António Cardoso e Cunha.
Foi nomeada administradora do Banco de Portugal em junho de 2016 e no ano seguinte vice-governadora, cargo que desempenha atualmente.
Nos governos chefiados por António Guterres, foi primeiro ministra do Ambiente, entre 1995 e 1999, e depois do Planeamento, entre 1999 e 2002.
Foi também vice-presidente executiva da Associação Industrial Portuense (1992-1994) e vice-presidente da Comissão de Coordenação da Região Norte (1989-1992), entidade que integrou em 1979, de acordo com uma biografia disponível na página da Internet do Banco de Portugal.
Entre 1989 e 1992, desempenhou funções de vogal do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Estatística.
Elisa Ferreira foi também deputada ao Parlamento Europeu (2004-2016) integrando ao longo de todo o período a Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários, onde foi também coordenadora (porta-voz) do Grupo Parlamentar dos Socialistas e Democratas.
No Parlamento Europeu, Elisa Ferreira foi relatora de várias propostas legislativas relacionadas com o sistema financeiro e com matérias de política económica, orçamental e fiscal.
Elisa Ferreira foi, entre outros, relatora da proposta de Regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho que estabelece regras e procedimentos uniformes para a resolução de instituições de crédito e de certas empresas de investimento no quadro do Mecanismo Único de Resolução e de um Fundo Único de Resolução Bancária (2014).
Outros relatórios sob a sua responsabilidade incidiram sobre Decisões Fiscais Antecipadas e outras medidas de natureza ou efeitos similares (2015) e sobre a gestão de crises transfronteiras no setor bancário (2010).
Elisa Ferreira foi também docente da Faculdade de Economia da Universidade do Porto. Em 2005 foi agraciada com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo.
Candidatou-se pelo PS à presidência da câmara do Porto em 2009.
Elisa Ferreira foi ministra dos governos chefiados por António Guterres, primeiro do Ambiente (1995-1999) e depois do Planeamento (1999-2002), ocupando desde setembro de 2017 o cargo de vice-governadora do Banco de Portugal.
Na Comissão Europeia, sucederá a Carlos Moedas, que foi comissário indicado pelo anterior governo PSD/CDS e teve a seu cargo a pasta da Investigação, Ciência e Inovação e foi nomeado em novembro de 2014.
Há cerca de duas semanas, em 8 de agosto, o porta-voz da presidente eleita da Comissão informou que Ursula von der Leyen tinha mantido encontros informais com os dois candidatos apresentados por Portugal, Elisa Ferreira e o eurodeputado e antigo ministro das Infraestruturas, Pedro Marques.
O Conselho Europeu fixou a data de 26 de agosto para apresentação dos nomes propostos pelos países para comissários, contudo a data não é vinculativa por não haver prazos legais para a designação dos comissários europeus.
A alemã Ursula von der Leyen, que vai presidir à próxima Comissão, terá de se reunir com todos os candidatos para fazer as suas escolhas, de nomes e de pastas.
O 'elenco' final de 26 comissários e respetivas pastas -- excluindo a Alemanha, que já tem a presidência, e o Reino Unido, que conta sair em 31 de outubro, véspera da entrada em funções da nova Comissão -- deverá por isso ser 'fechado' a tempo para as audições nas respetivas comissões do Parlamento Europeu, que deve pronunciar-se sobre o colégio como um todo em 22 de outubro.