Coronavírus: Organização não planeia adiar os Jogos Olímpicos

Alguns eventos desportivos já foram cancelados ou adiados em território chinês. No entanto, o presidente do comité organizador dos Jogos Olímpicos rejeita alarmismos.
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Yoshiro Mori, presidente do comité organizador dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, garantiu nesta quinta-feira que não planeia adiar ou cancelar a competição devido à epidemia do coronavírus, criticando mesmo os "rumores irresponsáveis" sobre o assunto.

A apenas 162 dias da cerimónia de abertura dos Jogos, têm sido levantadas dúvidas sobre um possível adiamento, caso o vírus se espalhe a toda a Ásia. "Gostaríamos de coordenar com o governo nacional e agir com calma", disse Mori durante uma reunião com altos responsáveis do Comité Olímpico Internacional (COI).

A epidemia de pneumonia viral, agora conhecida como Covid-19, já forçou o adiamento de uma série de eventos desportivos na China, incluindo competições de qualificação olímpica.

A lista de iniciativas desportivas canceladas aumentou na quarta-feira, com o adiamento do Grande Prémio de Fórmula 1 de Xangai, marcado para meados de abril. E outros eventos desportivos podem igualmente ser adiados se a epidemia alastrar.

Durante a reunião com os membros do COI, o governador de Tóquio, Yuriko Koike, prometeu avançar com "medidas rigorosas" para proteger a população contra o coronavírus na véspera dos Jogos Olímpicos.

O Japão não teve mortes, mas tem 28 casos no seu território, incluindo quatro em estado grave no hospital. Outras 218 pessoas foram infetadas num navio de cruzeiro que navegava ao largo da costa do Japão.

Saburo Kawabuchi, presidente da vila olímpica, disse na reunião que há esperança que a humidade do ar aumente para matar a doença. "Temos a estação das chuvas, que pode derrotar o vírus", disse.

Na China, a província de Hubei, onde o vírus apareceu, foram anunciadas nas últimas 24 horas mais 242 mortes e quase 15.000 novas pessoas infetadas.

Pelo menos 1.355 pessoas morreram no país e quase 60.000 foram infetadas na China continental, um número que saltou após a introdução de um novo método de deteção na quarta-feira, passando as autoridades chinesas a definir a infeção com base em radiografias ao tórax.

Esta radiografia ao tórax dos casos suspeitos pode ser considerada suficiente para diagnosticar o vírus, em vez de testes padrão de ácido nucleico, disseram as autoridades, citadas pela agência de notícias France Presse.

A nova metodologia torna possível fornecer um tratamento aos pacientes "o mais rapidamente possível" e "ser consistente" com a classificação usada nas outras províncias chinesas, explicou.

"A nossa compreensão da pneumonia causada pelo novo coronavírus está a aprofundar-se e estamos acumular experiência em diagnóstico e tratamento", sublinhou.

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