Coronavírus. Jogo entre a Atalanta e o Valência foi uma "bomba biológica"

Presidente da Câmara de Bergamo lembra que o jogo da Liga dos Campeões foi disputado em Milão com 40 mil pessoas nas bancadas, numa altura em que o vírus já circulava em Itália.
Publicado a
Atualizado a

O jogo da Liga dos Campeões entre a Atalanta e o Valência, disputado a 19 de fevereiro em Milão, foi "uma bomba biológica" na propagação do covid-19. Quem é o garante é o presidente da Câmara de Bergamo, uma das cidades mais afetadas com o novo coronavírus.

"Naquele momento não sabíamos o que se estava a passar. O primeiro paciente em Itália foi identificado a 23 de fevereiro. Se o vírus já circulava, então os 40 mil adeptos que estiveram em San Siro foram contagiados. Ninguém sabia que o vírus já circulava em Itália. Muitas pessoas foram ver o jogo em grupos e nessa noite houve muitas aglomerações de pessoas. O vírus andou a circular. O jogo foi uma bomba biológica", referiu Giorgio Gori, numa entrevista ao jornal espanhol Marca.

Coincidência ou não, a equipa espanhola do Valência foi bastante afetada, com vários jogadores e elementos da equipa infetados, entre eles Garay (ex-Benfica) e Mangala (ex-FC Porto). O clube informou que 35% dos atletas do plantel principal contraíram o vírus. Na Atalanta, ficou a saber-se esta semana que o guarda-redes Marco Sportiello também contraiu o vírus.

Giorgio Gori, contudo, indica que o jogo entre a Atalanta e o Valência não foi a única causa para contágio, lembrando que o primeiro caso surgiu num hospital da cidade, com um paciente infetado que pegou o vírus a outros doentes, médicos e enfermeiros".

Na altura em que o jogo foi realizado, a Itália tinha apenas três casos de coronavírus confirmados (um casal chinês e um italiano repatriado da China). Todos estavam em isolamento e a proliferação do vírus parecia controlada. O jogo em causa, contudo, foi visto por 40 mil pessoas no estádio em Milão - não foi realizado em Bérgamo pois o estádio da Atalanta, que se estreou nesta temporada na Liga dos Campeões, não possui as credenciais da UEFA. A verdade é que depois deste jogo, os casos em Itália e Espanha explodiram.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt