Condutores aceleram em Lisboa. Radares duplicam multas muito graves
Duplicou o número de condutores em excesso de velocidade muito grave, apanhados pelos 21 radares fixos em Lisboa. De acordo com um balanço oficial da Polícia Municipal de Lisboa (PML), a que o DN teve acesso, o número de infrações muito graves registadas (quando o limite de velocidade é ultrapassado acima dos 40 km/h) atingiu em 2019 os 5248 casos, enquanto em 2018 tinha ficado pelos 2654. Trata-se do valor mais elevado dos últimos cinco anos.
A Polícia Municipal, entidade que coordena esta fiscalização rodoviária, identificou também, no primeiro semestre deste ano, o top 10 dos radares onde os condutores atingiram maior velocidade, com mais infrações muito graves.
Nestes dez radares fixos (ver lista em baixo), já foram registadas, só de janeiro a junho, 4516 infrações muito graves - já muito próximas do valor total do ano passado.
Os radares da Avenida de Ceuta, da Avenida Marechal Gomes da Costa e do Campo Grande ocupam os três primeiros lugares.
As multas vão dos 300 aos 2500 euros, podendo o condutor perder quatro pontos na carta e ficar sem conduzir de dois meses a dois anos.
1.º Avenida de Ceuta (sentido sul-norte) - 756
2.º Avenida Marechal Gomes da Costa (sentido oeste-leste) - 621
3.º Campo Grande (sentido sul-norte) - 597
4.º Avenida Infante D. Henrique (sentido sul-norte) - 577
5.º Avenida Almirante Gago Coutinho (sentido norte-sul) -484
6.º Avenida de Brasília, frente ao edifício Polo Náutico - 410
7.º Túnel do Marquês de Pombal, sentido Amoreiras-Marquês - 276
8.º Avenida da República, junto ao viaduto da CP -272
9.º Avenida Infante D. Henrique (sentido norte-sul) - 264
10.º Avenida de Ceuta (sentido norte-sul) - 180
Segundo os mesmos dados oficiais, em 2019 os 21 radares registaram também mais de 200 infrações graves por dia (quando o limite de velocidade é excedido entre 20 km/h e 40 km/h) - um total de 74 349, um aumento de 13% em relação ao ano anterior.
No entanto, o recorde destas infrações muito graves foi atingido em 2017, ano em que a PML contou 97 052 multas - 265 por dia.
Desde 2019 que, além dos 21 radares fixos, a PML conta também para controlar a velocidade na capital com radares móveis. Estes, segundo fonte oficial desta Polícia, têm sido colocados, principalmente em zonas onde o limite de velocidade é de 30 km/h, como zonas residenciais ou junto a escolas.
Estes radares móveis contabilizaram no ano passado 21 970 infrações graves (condutores que circulavam entre 50 km/h e 70 km/h) e 1726 infrações muito graves (condutores que circulavam a mais de 70 km/h).
Neste balanço de atividades dos últimos cinco anos, 2019 é o ano em que a PML bateu todos os recordes em número de contraordenações, com um total de 61 540 - quase dez vezes mais do que em 2015 (6842).
Em sentido descendente está o número de viaturas que foram bloqueadas - 5045 em 2018 e 2025 em 2019 - e removidas - 14 139 em 2018 e 14 036 em 2019.
A Polícia Municipal de Lisboa tem também reforçado o seu apoio à Carris, com as multas a quase duplicarem (mais 90%) no ano passado (4923) em relação a 2018 (3111).
Esta fiscalização é direcionada para a utilização indevida dos corredores bus, para estacionamentos irregulares que prejudicam a circulação dos autocarros e para paragem nas "linhas amarelas", em zona de paragem dos transportes públicos.
A receita da Polícia Municipal de Lisboa atingiu cerca de seis milhões e 600 mil euros em 2019.
A PML conta com 575 polícias (menos 13 do que no ano anterior), e 97 civis. É constituída por oficiais e agentes requisitados à PSP. Trata-se de um corpo especializado, armado e uniformizado, pago pela Câmara Municipal de Lisboa (CML).
Depende orgânica e disciplinarmente da Direção Nacional da PSP. Operacionalmente depende do presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), ou de um vereador, por delegação - atualmente Miguel Gaspar, com o pelouro da segurança.
Foi criada em 1891 e no próximo ano celebra o 130.º aniversário. É comandada há cinco anos pelo superintendente da PSP, Paulo Caldas.
Um recente inquérito, noticiado pelo DN, mostrou que a PML é aprovada positivamente por 64% dos residentes em Lisboa e 68% confiam nesta Polícia.