Buscas de manobrador de máquina que caiu em pedreira continuam domingo

As operações de busca e resgate do manobrador da máquina que caiu este sábado numa pedreira, em Vila Viçosa (Évora), foram interrompidas ao final da tarde e são retomadas no domingo com reforço de meios, segundo a Proteção Civil
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Os trabalhos para resgatar o manobrador do 'dumper', que transportava pedras, tinham sido iniciados, durante a tarde, por mergulhadores da Força Especial de Bombeiros (FEB) e da corporação de Reguengos de Monsaraz, que procederam a três mergulhos.

A vítima é um trabalhador, de 51 anos, residente no concelho vizinho de Borba, segundo disse à Lusa fonte dos bombeiros.

Em declarações aos jornalistas no local, a 2.ª comandante distrital de operações de socorro de Évora, Maria João Rosado, explicou que os trabalhos na pedreira, desativada e cheia de água, para onde caiu a máquina e o trabalhador, foram interrompidos "por já não existirem condições" de visibilidade para continuar hoje.

"Infelizmente, apesar de já estar sinalizado o local onde se encontra a viatura, ainda não foi possível localizar a vítima", disse a responsável da Proteção Civil.

Segundo Maria João Rosado, a vítima do acidente de trabalho não está no interior da cabine da máquina industrial submersa, que é "muito grande e pesada, com cerca de 30 toneladas".

As buscas, adiantou, vão ser retomadas no domingo, a partir das 08:00, com reforço de meios, incluindo mais bombeiros mergulhadores e uma equipa cinotécnica.

A máquina estava a fazer uma manobra de descarga de pedra quando caiu para o interior da pedreira, de uma altura de "cerca de 30 metros".

A profundidade da pedreira que está desativada e cheia de água ronda os 20 metros, segundo as autoridades.

"É um trabalho que requer alguns cuidados acrescidos. Estamos a falar de um espaço confinado onde a pressão dificulta o trabalho dos mergulhadores", realçou a mesma responsável, frisando que as operações têm de ser "muito bem" planeadas e executadas "com calma".

Segundo disse, o trabalho dos operacionais "vai levar tempo" e "requer muita minúcia".

Maria João Rosado relatou ainda que a viatura ficou "deformada" com a queda no fundo da pedreira, onde há muita rocha.

Por enquanto, as autoridades "não estão a equacionar" a hipótese de bombear a água da pedreira de mármore desativada.

O comandante dos bombeiros de Vila Viçosa, Nuno Pinheiro, relatou à Lusa que o acidente ocorreu quando se procediam a trabalhos para "entulhar" e fechar a pedreira, localizada junto à estrada entre Vila Viçosa e Bencatel.

O alerta, segundo o CDOS de Évora, foi dado às 09:42.

Este acidente aconteceu quase um ano depois (a data assinala-se no próximo dia 19) do desastre ocorrido no vizinho concelho de Borba, que provocou cinco mortos, devido ao aluimento de parte de uma estrada municipal que arrastou terra e pedras para o interior de duas pedreiras.

Questionada hoje pelos jornalistas sobre a comparação entre os dois acidentes, a segunda comandante distrital de operações de socorro de Évora disse que se trata de "uma questão com contornos diferentes", salientando que "todas as situações são sempre uma ​​​​​​​mais valia em termos de enriquecimento técnico e profissional".

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