Colégios na rua um dia depois da escola pública
Os colégios com contrato de associação vão voltar à rua, no próximo domingo. O protesto desta vez vai centrar-se na comparação dos custos das turmas nas escolas públicas e nas privadas financiadas pelo Estado. E acontece um dia depois da manifestação, em Lisboa, agendada pela Fenprof para a defesa da escola pública.
No sábado, o objetivo é apelar ao fim do financiamento estatal de turmas nos privados, onde a rede pública garante lugar para todos os alunos. No dia seguinte, no Porto, o movimento Defesa da Escola Ponto quer demonstrar que pagar turmas no privado sai mais barato do que no ensino público.
Sob o mote "Contas à Moda do Porto", "o enfoque é explicar que é um bom negócio para o Estado e para os portugueses" fazer contratos de associação com os colégios, "porque são 25 mil euros em média mais baratas as turmas do que no Estado", explica Manuel Bento, porta-voz do movimento. As contas do movimento são uma média calculada a partir das verbas gerais do Orçamento do Estado. Cada turma em contrato de associação custa ao Estado 80 500 euros/ano. O que significa que, em média, as turmas nas escolas públicas custam 105 500 euros. No entanto, vários diretores de escolas públicas já sublinharam que a mera comparação de custos não é justa para a escola pública, onde, por exemplo, em regra os professores têm mais anos de serviço e por isso ganham mais.
No protesto do Porto, "não nos interessa apenas a multidão. O objetivo é reunir cerca de dez mil pessoas. E vamos dizer que somos mais baratos", assegura Manuel Bento.