Foi destacada na manhã desta terça-feira como uma novidade, mas os cinco novos hospitais anunciados pelo ministro das Finanças - Lisboa Oriental, Sintra, Seixal, Évora e Madeira - já estavam previstos pelo Governo..Ainda recentemente Adalberto Campos Fernandes repetiu como exemplos de investimentos feitos na área da Saúde o que tem dito ao longo dos últimos meses: novo Hospital Central do Alentejo, hospitais de Sintra e do Seixal, Hospital da Madeira (com comparticipação do Governo central) e também o Hospital de Lisboa Oriental..Os projetos foram todos anunciados, alguns no verão, outros já em 2017, e não há sequer a garantia que algum deles tenha as obras iniciadas no próximo ano..Hospital de Lisboa Oriental.É tudo menos uma novidade, sendo talvez o projeto mais adiado na área da saúde. O Lisboa Oriental já teve um concurso público lançado, uma data para abertura (2012) e até outro nome, Hospital de Todos os Santos. Mas a crise económica deitou o processo por terra. O projeto foi reativado por este governo e a autorização para lançamento do concurso foi aprovada pelo Conselho de Ministro há um ano e logo na altura o então ministro Adalberto Campos Fernandes afirmou que, mesmo sem atrasos, a construção arrancaria no final do próximo ano e estaria concluída no início de 2022. Mas o calendário inicial apontava o primeiro semestre de 2018 como o limite para apresentação de propostas, uma fase que ainda decorre. O futuro hospital vai avançar em regime de Parceria Público-Privada e vai custar 415,1 milhões de euros em 27 anos, com abertura prevista para 2023..Hospital de Sintra.Apresentado publicamente no início do verão de 2017, numa cerimónia com o presidente da Câmara de de Sintra e os ministros das Finanças e da Saúde, o projeto e solução de arquitetura do novo hospital foi aprovado há um mês, mas só se prevê que a sua elaboração esteja concluída no primeiro trimestre de 2019. Nessa altura será lançado o concurso para a realização da obra, que também dificilmente arrancará no próximo ano. A autarquia vai investir cerca de 30 milhões de euros e o Estado assume 22 milhões e a conclusão da obra está prevista para 2021..Seixal.Outro exemplo de um projeto sucessivamente adiado, pedido pela população desde o início deste século. Em janeiro deste ano, o governo autorizou a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo a assumir um encargo no valor de 1 milhão e 230 mil euros, repartido por 2018 e 2019, para o concurso do projeto e o ministério da Saúde e a câmara do Seixal assinaram o acordo para a construção do novo hospital no último verão, em cerimónia pública. O lançamento do procedimento concursal pela ARSLVT foi feito em julho de 2018, com data limite para entrega de propostas até ao final deste mês..Hospital Central do Alentejo.O novo hospital de Évora é um dos investimentos mais reclamados pelos autarcas da região, mas ainda há menos de uma semana o presidente da Administração Regional de Saúde do Alentejo afirmou que esta a desenvolver todos os esforços para concluir até ao final de 2018 "a documentação necessária para a decisão do Governo". José Robalo não se comprometeu sequer que a obra arranque no próximo ano..Madeira.O Conselho de Ministros aprovou em setembro como projeto de interesse comum o novo hospital da Madeira. Na informação inicial foi anunciado que o Estado iria comparticipar em 132 milhões de euros a construção da nova unidade, com os restantes 200 milhões da responsabilidade da região. Mas a resolução do Dirário da República, publicada duas semanas depois, apareceram apenas 96 milhões de euros e distribuído por seis anos, valor que apanhou de surpresa o secretário regional da Saúde da Madeira, Pedro Ramos, que classificou a decisão de "perfeitamente inconcebível" e "inaceitável". Segundo o Diário da República, no Orçamento do Estado para 2019 será inscrita uma verba de 14.062.505,03 euros, sendo de 21 milhões em 2020 e superior a 15 milhões nos quatro anos seguintes, até 2024, ressalvando que este montante acontece "após dedução do valor de avaliação global a devoluto dos Hospitais Dr. Nélio Ferraz Mendonça e dos Marmeleiros".