A China recusou esta sexta-feira alegações dos serviços secretos britânicos MI5 sobre uma alegada agente chinesa no parlamento britânico, ironizando com um cenário à James Bond.."Algumas pessoas terão assistido a muitos filmes do [agente secreto] 007", afirmou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Wenbin, em conferência de imprensa..Wang reagiu assim à divulgação, pela imprensa britânica, de um aviso do MI5, que acusou uma pessoa, identificada como Christine Lee, de "conscientemente envolver-se em atividades de interferência política em nome do Departamento Frente Unida, do Partido Comunista Chinês"..A organização apontada é responsável pelo desenvolvimento de ligações entre o regime chinês e entidades estrangeiras..O deputado conservador britânico Iain Duncan Smith, muito crítico de Pequim, expressou preocupação por Lee não ter ainda sido detida, mas apenas impedida de entrar no parlamento britânico..De acordo com o MI5, ela desempenhou o papel de intermediária, ao fazer "doações financeiras a partidos políticos, deputados, aspirantes a deputados e pessoas que concorriam a cargos políticos no Reino Unido", em nome de cidadãos da China e de Hong Kong..Christine Lee é suspeita de ter doado centenas de milhares de libras esterlinas a Barry Gardiner, um ex-líder do Partido Trabalhista, bem como ao próprio partido..A suposta agente foi também fotografada com o ex-primeiro-ministro conservador David Cameron, em 2015, e, noutra ocasião, com o ex-líder trabalhista Jeremy Corbyn..Em 2019, Christine Lee foi condecorada pela primeira-ministra conservadora Theresa May em reconhecimento pela sua contribuição para as boas relações entre o Reino Unido e a China..A diplomacia chinesa garantiu respeitar o princípio de não-ingerência nos assuntos de outros países.."Nós não nos intrometemos e não precisamos disso", disse Wang Wenbin.