Chile reduz restrições da pandemia para que sejam celebrados os feriados nacionais

Entre 18 e 20 de setembro vai celebrar-se a independência do país e os chilenos vão poder voltar a reunir-se, embora com algumas limitações. Decisão muito criticada pelo risco de aumento de infetados com covid-19.
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O governo chileno decidiu levantar algumas restrições relacionadas com a pandemia de covid-19 durante os três dias de feriados nacionais, entre 18 e 20 de setembro, durante os quais se vai celebrar a independência do país.

Esta decisão foi tomada apesar dos efeitos da pandemia estarem longe de estarem controlados no Chile, como comprovam os 57 mortos e 1961 novos casos de infeções durante o dia de sábado (5 de setembro).

Na prática, o executivo do presidente Sebastián Piñera vai conceder uma autorização a todos os cidadãos para que se possam voltar a reunir. "A regra geral é para todo o país para que em espaços fechados possam se juntar até cinco pessoas. Ou seja, as família ou os cohabitantes possam receber até cinco pessoas. E em espaços ao ar livre podem juntar-se até dez pessoas", referiu Katherine Martorell, secretária do governo.

Em contrapartida, durante os três dias de feriado será antecipado o recolher obrigatório que tem estado em vigor no Chile, que passa a ser entre as 23.00 e as 5.00 horas. Além disso, estão também proibidos os bares de praia onde nestes feriados os chilenos costumam dançar, comer e beber.

"Acreditamos que a mensagem que esta medida de exceção transmite não é a apropriada", admitiu o centro de estudos Espaço Público, que tem coordenado a estratégia da pandemia, em esclarecimentos ao jornal El País. "No cenário atual, com a disseminação comunitária do vírus e com comunidades em quarentena porque a epidemia se espalha fortemente, deviam ser tomadas medidas preventivas para que as pessoas não se exponham a um potencial contágio", acrescentou aquele organismo.

A decisão do presidente Piñera está a gerar críticas por todo o país, tendo vários presidentes de câmara solicitado inclusive que essas medidas de exceção não sejam aplicadas nos seus municípios.

E a verdade é que estas medidas entram em contradição com a decisão de proibir o voto a todos os infetados com covid-19 no plebiscito marcado para 25 de outubro, onde será decidida a alteração da Constituição de 1980, elaborada durante a ditadura chilena.

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