Cambridge denuncia roubo de cadernos de Charles Darwin

Um dos cadernos contém o desenho da "árvore da vida", que se tornou o símbolo da teoria da evolução e que agora consta da base de dados de obras roubadas da Interpol.
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O mistério continua e é digno de um guião ao estilo hollywoodesco. Vinte anos depois, a Universidade de Cambridge decidiu classificar o desaparecimento de dois cadernos de Charles Darwin como "roubo". Originais desapareceram da biblioteca da universidade no ano 2000 e são procurados até hoje. Um dos cadernos contém o desenho da "árvore da vida", que se tornou o símbolo da teoria da evolução e que agora consta da base de dados de obras roubadas da Interpol.

"Depois de uma busca exaustiva, a mais importante da história da biblioteca, os curadores chegaram à conclusão de que os cadernos, cujo desaparecimento foi relatado pela primeira vez em janeiro de 2001, foram provavelmente roubados", anunciou a universidade esta terça-feira, dia em que se comemora o 161.º aniversário da primeira publicação do livro de "A Origem das Espécies", editado pela primeira em 24 de novembro de 1859.

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Os cadernos foram retirados de uma sala da biblioteca onde são guardados os exemplares mais valiosos, para ser fotografados, em setembro de 2000. No entanto, o desaparecimento só foi detetado durante uma vistoria de rotina em janeiro de 2001. Foi nessa altura que se descobriu que a pequena caixa, pouco maior do que os livros, que os preservava não estava em seu devido lugar. E assim desapareceu um pedaço de história no valor de milhões de euros.

A primeira reação dos bibliotecários foi perceber se não teriam sido trocados de lugar e estar algures entre os cerca de 10 milhões de livros, mapas, manuscritos e afins. E depois de verificar 189 caixas do arquivo de Darwin, os responsáveis concluíram que o mais provável é que os cadernos tenham sido roubados. A universidade lançou por isso um apelo para que "todos possam ajudar a encontrar os cadernos".

Darwin esboçou uma "árvore da vida" no verão de 1837, quando voltou de uma viagem pelo mundo a bordo de um navio científico da Marinha britânica. Duas décadas depois, em 1859, publicaria uma árvore da vida mais elaborada em A origem das espécies. A obra do naturista inglês, considerado o pai da Teoria da Evolução possibilitou entender que o ser humano não estava no centro da vida e contriar a ideia bíblica da criação divina. A tiragem com 1250 exemplares esgotou no mesmo dia, criando uma controvérsia que ultrapassou o âmbito académico.

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