Câmara da Póvoa proibiu, mas já há tourada marcada para 2019
A corrida de touros de Homenagem aos Emigrantes, amanhã, não vai ser a última na Póvoa de Varzim, como tem sido anunciado pela autarquia. Quem o garante é o Movimento a Favor das Corridas de Touros na Póvoa, que já agendou mesmo para julho do próximo ano uma nova corrida na cidade.
Depois do chumbo esmagador da proibição das corridas de toiros no Parlamento, e justificado pela letra e espírito da Constituição Portuguesa, esta associação considera que a decisão tomada pela autarquia é ilegal e, como tal, inválida. Pelo que decidiu contorná-la.
"A Tourada é uma atividade cultural tutelada pelo Ministério da Cultura, apoiada por milhares de aficionados poveiros, e é protegida constitucionalmente tal como todas as formas de Cultura", defende o Movimento. "Nenhum órgão, muito menos os municípios, tem poderes legais para proibir expressões culturais. O acesso à Cultura é um direito de todos os cidadãos, garantido pela Constituição da República Portuguesa."
Assim sendo, a associação considera que as decisões tomadas pela Câmara Municipal da Póvoa de Varzim "são legalmente inúteis e sem qualquer efeito prático", pelo que as corridas de toiros continuam a poder realizar-se no município, tal como em qualquer outro lugar de Portugal.
"A corrida de Homenagem aos Emigrantes, que este sábado tem lugar na Praça de Touros da Póvoa de Varzim, vai dar continuidade à demonstração de força e de apoio dadas no passado dia 20 de julho quando, no mesmo local, se realizou a XXII Grande Corrida TV Norte, com os poveiros a encherem a praça numa clara demonstração da sua posição. Esta Festa mereceu transmissão televisiva e foi um dos programas mais vistos da RTP nesse dia", recorda o Movimento.
Mesmo com o sucessivo chumbo dos projetos que têm tentado pôr fim às corridas, as touradas têm sido alvo de vários ataques, com alguns autarcas a determinar a sua proibição, ainda que essa não seja aceite a nível nacional e de as corridas serem uma atividade cultural consagrada na Constituição, com a Lei a defender que ninguém pode determinar a escolha cultural dos cidadãos. A PróToiro, associação da atividade tauromáquica, já questionou mesmo o ministr0o da Cultura sobre estes ataques à Tauromaquia, mas até agora Luíos Filipe Castro Mendes tem mantido o silêncio.
"Estamos atentos às ações deste executivo e não deixaremos que desvirtue e destrua irremediavelmente um património que não é de um presidente de Câmara, nem de alguns poveiros, mas sim de todos os portugueses", defende também o Movimento. "A Tourada enquanto expressão cultural não pode sofrer ataques de quem, por obrigação constitucional, a devia promover e, acima de tudo, defender."