Cadáveres de idosos encontrados em lares espanhóis
"O exército encontrou idosos absolutamente abandonados, se não mortos nas suas camas". O relato dramático é feito, esta segunda-feira, pela ministra da Defesa espanhola sobre a realidade que militares encontraram em alguns lares de Espanha. Margarita Robles garantiu que os responsáveis por estes abandonos vão ser severamente punidos. "Vamos ser absolutamente implacáveis no tratamento dado aos idosos nesses lares", disse.
"Todo o peso da lei irá recair sobre aqueles que não cumprirem suas obrigações", afirmou a ministraem declarações ao Programa Ana Rosa, da Telecinco, tendo assegurado que na maioria dos casos os idosos têm tido assistência, embora admita limitações decorrentes do elevado número de infetados por covid-19.
O Ministério da Defesa afirma, porém, que cadáveres de idosos foram encontrados em vários lares, onde os funcionários foram dispensados, após a confirmação de casos de infeção. O governo, no entanto, não revela quantos corpos foram descobertos pelo exército.
De acordo com responsáveis do Instituto de Idosos e Serviços Sociais, citadas pelo El País, a maioria dos lares está a funcionar bem, apesar de estarem no limite das suas capacidades, de terem falta de equipamentos de proteção individual e da escassez de recursos humanos, uma vez que muitos dos funcionários estão em quarentena devido à doença covid-19.
Perante este cenário, no fim de semana, a Unidade de Emergência Militar (UME) começou a intervir em lares que pediram ajuda, de modo garantir a assistência aos seus residentes. Os militares estão a adotar medidas de isolamento, mas também asseguram alimentação, higiene e desinfeção nos lares que estão com maiores dificuldades. Foi durante algumas destas intervenções que o exército espanhol deparou-se com casos de abandono.
Nas últimas 24 horas, morreram em Espanha 462 pessoas, elevando para 2182 vítimas mortais. Há 33 089 pessoas infetadas com o novo coronavírus, sendo que 12% são profissionais de saúde. Espanha é agora o terceiro país com mais mortes registadas, depois da China e de Itália.