Costa favorável a adiamento da saída do Brexit. May diz que não resolve problema
O primeiro-ministro, António Costa, mostrou-se hoje favorável a um adiamento da saída do Reino Unido da União Europeia, definindo como "desejável e saudável" tudo aquilo que possa evitar um Brexit caótico.
Pronunciando-se sobre as notícias veiculadas no domingo pela imprensa britânica, que davam conta da intenção da primeira-ministra britânica, Theresa May, de pedir à União Europeia uma extensão do Artigo 50 para adiar o Brexit, o primeiro-ministro português disse encarar aquelas informações de "uma forma positiva".
"É a visão de que se não é possível resolver em duas semanas, damos a oportunidade para resolver em mais tempo, mas sobretudo não vamos desistir de criar condições para que não haja Brexit ou a haver Brexit ele se desenvolva de uma forma articulada e planeada e não de forma caótica, como estava à beira de acontecer", afirmou o primeiro-ministro português.
Costa acrescentou: "Tudo o que se possa fazer para evitar um Brexit caótico é desejável e saudável", defendeu, sem especificar se a sua preferência recairia num adiamento por dois meses ou dois anos.
"A deliberação do Parlamento britânico de que não deveria haver Brexit sem acordo impôs aqui duas condições: ou que haja acordo a tempo e horas ou que haja um prolongamento do prazo da negociação. Vamos aguardar. Eu espero que não seja uma agonia, mas que pelo contrário tenha um efeito positivo", respondeu em reação a uma pergunta sobre se o adiamento da saída do Reino Unido do bloco comunitário seria prolongar a agonia provocada pela incerteza sobre um Brexit sem acordo.
Já a primeira-ministra britânica, Theresa May, defendeu esta segunda-feira em Sharm el-Sheikh (Eito) que um adiamento da saída do Reino Unido da União Europeia (UE) "não resolve o problema". "Um adiamento é um adiamento, não resolve o problema", afirmou May, em conferência de imprensa, após a cimeira UE-Liga Árabe.
A chefe do Governo britânico vincou que uma prorrogação do artigo 50.º "não oferece uma decisão no Parlamento, não oferece um acordo". "Está ao nosso alcance sair com um acordo a 29 de março é nisso que todas as minhas energias vão estar concentradas", acrescentou a líder conservadora.