Braço de ferro TAP-governo da Madeira: companhia diz que segurança dos passageiros é inegociável

Presidente do governo regional da Madeira, Miguel Albuquerque, instruiu advogados para processar a TAP. Companhia aérea justifica cancelamentos de voos com fatores meteorológicos, dificuldades no controlo de tráfego aéreo, obras, falta de tripulação, greves
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Fatores meteorológicos, constrangimentos na gestão do Aeroporto de Lisboa e no controlo de tráfego aéreo, obras no Aeroporto Sá Carneiro no Porto, greve de tráfego aéreo em Marselha, França, falta de tripulação. Estas são algumas das razões apresentadas pela TAP para o cancelamento de voos para a Madeira, numa altura em que o presidente do governo madeirense, Miguel Albuquerque, instruiu já a equipa de advogados para avançar com um processo judicial contra a companhia aérea portuguesa.

"Para a TAP, mais importante do que os custos desses constrangimentos é a segurança dos seus passageiros, que é inegociável", diz a companhia aérea em comunicado enviado, esta quinta-feira, às redações. No mesmo, a TAP enumera os constrangimentos na origem das irregularidades, numa altura em que estão em causa os cerca de 70 cancelamentos de voos da TAP para a Madeira desde o início do ano, o que, de acordo com o chefe do executivo insular afetou aproximadamente 10 mil passageiros.

"O governo regional vai lançar mão a todos os mecanismos legais existentes e reclamar judicialmente dos elevados prejuízos que a TAP está a causar deliberadamente à Região Autónoma da Madeira, disse, na terça-feira Albuquerque do PSD, criticando também o governo.

"É uma vergonha a forma como a TAP tem tratado os madeirenses e prejudicado a nossa economia nos últimos meses. Mas também é uma vergonha a forma como o Estado Português, sócio maioritário da dita TAP, se tem comportado, demonstrando que não tem a mínima preocupação com a Madeira e os Madeirenses", afirmou, acusando os governantes de preferirem "continuar a assobiar para o lado". Possivelmente, lamentou, "estão demasiado entretidos com o Rock in Rio".

Albuquerque deu instruções na quarta-feira a um escritório de advogados para que avance com a questão da forma mais urgente possível. Esse escritório, apurou o DN, irá quantificar os danos, de acordo com a informação disponibilizada pelo executivo, para que depois possa ser pedida uma indemnização em função dos mesmos danos. Será um trabalho exaustivo que o governo madeirense quer fazer o mais rapidamente possível.

"Em relação ao caso específico da Madeira, vários têm sido os constrangimentos na origem das irregularidades. A começar pelos fatores meteorológicos que têm sido piores este ano. No ano passado, entre janeiro e maio, foram cancelados 22 voos por razões meteorológicas. Este ano, no mesmo período, foram cancelados 139 pelo mesmo motivo", afirma, em comunicado a TAP.

Além dos fatores meteorológicos, refere a companhia no comunicado em que enumera os constrangimentos na origem das irregularidades, "houve também outros cancelamentos pontuais devido a obras no Aeroporto Sá Carneiro, constrangimentos no Aeroporto de Lisboa e no controlo de tráfego aéreo, também em Lisboa, greve de tráfego aéreo em Marselha, bem como falta de tripulação". A TAP, garante, que "continua a trabalhar nestes desafios para minimizar o impacto nos seus passageiros".

Além da TAP a outra companhia aérea que voa para a Madeira é a Easyjet. Sem ser por via aérea, a outra opção que existe para chegar à Madeira a partir do Continente é o ferry que liga Portimão ao Funchal, com capacidade para mil passageiros e 300 automóveis. A primeira viagem realizou-se na segunda-feira, dia 2, entre a cidade madeirense e a cidade do Barlavento Algarvio. O Volcan de Tirajafe, assim se chama o navio, fará a viagem todas as semanas, às mesmas horas, até ao dia 20 de setembro. As tarifas variam entre os 29,10 e os 125 euros.

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