BPI diz "não vai ser possível o setor financeiro sozinho acudir a todas situações"
Pedro Barreto, administrador do Banco BPI, alertou esta terça-feira que a crise provocada pela declaração de estado de emergência, devido à epidemia de coronavírus, vai levar a aumento do crédito malparado. Salientou que "não vai ser possível o setor financeiro sozinho acudir a todas situações" de empresas e famílias.
As Comissões de Orçamento e Finanças e Economia ouviram esta terça-feira responsáveis do BPI e vão ainda ouvir, esta tarde, os presidentes do Millennium bcp e do Santander sobre a concessão de linhas de crédito a empresas e moratórias.
João Pedro Costa, o outro administrador do BPI que também foi ouvido pelas Comissões, sublinhou que o banco tem "uma capacidade perfeitamente razoável para acomodar as imparidades", reconhecendo que "a rentabilidade vai ser afetada de forma significativa" com as consequências da crise. Garantiu ainda que o BPI tem " todo o interesse em que os empresários tenham o mais rapidamente possível liquidez". "Somos os primeiros interessados", disse João Pedro Costa.
A Sociedade de Garantia Mútua passou a exigir nove documentos a empresas candidatas a linhas de crédito com garantia estatal, quando antes apenas pedia dois documentos. A informação foi divulgada também por Pedro Barreto.
O gestor frisou que os bancos só foram informados desta alteração na passada quinta-feira à tarde. O Governo decidiu aumentar o montante global de crédito que será disponibilizado a empresas com garantia estatal, de três para 6,2 mil milhões de euros. O apoio inclui quatro linhas de crédito, além de que uma delas é reformulada, passando a abranger centenas de atividades, e com o valor a crescer de 1,3 mil milhões de euros para 4,5 mil milhões.
Pedro Barreto afirmou que o sistema para a receção de pedidos para aceder a estas linhas está "bloqueado desde sábado", devido ao grande fluxo de solicitações, devendo ser reaberto esta terça-feira.