Atriz de "Smallville" confessou envolvimento em rede de tráfico sexual

Mack, um dos principais membros do grupo de culto NXIVM, é acusada de<strong> ​</strong><strong>​​​​​</strong>conspiração de trabalho forçado e de tráfico sexual.
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Allison Mack, a Chloe Sullivan da série Smallville, confessou, perante o tribunal federal de Brooklyn, Estados Unidos, esta segunda-feira, que recrutava mulheres para um grupo de tráfico sexual.

A atriz, acusada de conspiração de trabalho forçado e de tráfico sexual, teria ligações ao grupo de culto NXIVM, liderado por Keith Rainere (preso desde 27 de março de 2018). Mack seria um dos principais membros da seita e a sua principal função era recrutar mulheres com o argumento de se juntarem a um grupo feminista, admitiu num comunicado divulgado pelo seu representante legal, citado pela BBC.

"Tendo de enfrentar as responsabilidades pela minha conduta", disse a arguida durante a audição.

Allison Mack referiu ainda que foi instruída por Keith Rainere a recolher informações e imagens comprometedoras de mulheres com o objetivo de as obrigar a manter o silêncio sobre a organização. "Eu acreditava que a intenção de Keith Raniere era ajudar as pessoas".

Para além da atriz, detida no ano passado pelo FBI, estão ainda a ser julgadas outras seis pessoas alegadamente envolvidas na rede de tráfico sexual. Mack enfrenta até 20 anos de prisão por cada acusação de que é alvo, mas a sentença só será conhecida em setembro.

O que é a NXIVM?

Em 2015, Raniere formou uma sociedade secreta dentro da organização NXIVM, chamada DOS, acrónimo em latim para 'Amo das companheiras obedientes', no qual era o único homem e o líder, enquanto Mack era "uma das mulheres no primeiro nível da pirâmide, imediatamente depois dele".

O grupo DOS operava com as categorias de 'mestres' e 'escravas', e esperava-se destas últimas que recrutassem novas mulheres, que ficariam na base da pirâmide e das quais se poderiam aproveitar quem estivesse num nível superior.

Mack e os outros "mestres" recrutariam "escravas" dizendo-lhes que se estavam a juntar a uma organização de luta feminista. Para além disso, como condição prévia para juntar-se à seita as mulheres precisavam de entregar determinadas garantias de compromisso, entras as quais informação "altamente prejudicial" sobre amigos e familiares, fotografias de nus e direitos sobre pertences seus.

Como funcionava?

De acordo com a procuradoria de Nova Iorque, a empresa promovia "workshops" de autoajuda para famosos. Uma vez a frequentar estas aulas, os membros eram obrigados a frequentar aulas adicionais a um preço cada vez mais elevado e a trazer outras pessoas para a organização.

Raniere foi preso a 27 de março numa luxuosa 'villa' no México, para onde fugiu no ano passado depois de o jornal The New York Times revelar histórias de mulheres que tinham conseguido abandonar a seita, que se estima ter angariado cerca de 16 mil pessoas.

A história do culto sexual vai agora ser contada numa série documental, segundo a New York.

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