Protagonista de série de TV presa por envolvimento rede de tráfico sexual

Allison Mack, a Chloe da série Smallville, que conta as aventuras de um jovem Super-Homem, foi detida por suposto envolvimento na seita NXIVM cujo líder, Keith Raniere, foi preso em março.
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Allison Mack, conhecida pelo papel de Chloe Sullivan na série Smallville - que passou na RTP -, foi presa pelo FBI na sexta-feira, segundo noticia o News 4 New York, e vai ser presente a tribunal.

A atriz de 35 anos é acusada de ter ligações ao grupo de culto NXIVM, cujo líder, Keith Raniere, foi preso em março e acusado de tráfico sexual e conspiração de trabalho forçado.

O jornal brasileiro Globo avança que a acusação do procurador Richard Donoghue afiança que "Allison Mack recrutou mulheres para o que supostamente seria um grupo de orientação feminina que foi, de facto, criado e liderado por Keith Raniere. As vítimas eram então exploradas, tanto sexual como escravas de trabalho, em benefício dos réus".

Segundo as autoridades, a atriz aparece em materiais de promoção como cocriadora de um programa chamado 'The Source' (A Fonte), que recrutava atores. Arrisca uma pena de 15 anos de prisão.

Segundo o site da revista Rolling Stone , Mack seria a número dois na hierarquia da seita. Quem o diz é Frank Parlato, ex-agente publicitário do NXIVM e denunciante do grupo.

A queixa-crime foi apresentada pelo agente do FBI Michael Lever em março.

O relatório do FBI alega que Raniere é o "mestre" do "grupo criminoso" que se organiza "em pirâmide".

Promovia workshops de autoajuda junto a figuras públicas

Raniere, o único homem do NXIVM, supostamente mantinha relações sexuais com mais de uma dúzia de mulheres no grupo a quem ameaçava para impedir que alguém saísse da organização ou divulgasse sua existência.

Além disso, a queixa da Lever aponta para que algumas mulheres tenham sido marcadas à força com as iniciais de Raniere.

O mentor do culto promovia workshops de autoajuda para famosos. De acordo com a procuradoria de Nova Iorque, a empresa seguia um esquema de pirâmide no qual obrigava os membros a ter aulas adicionais a um preço mais elevado e a trazer outras pessoas para a organização para subir de nível e obter privilégios.

A seita respondeu à detenção do líder, através de uma publicação no seu site oficial. Mas quanto à prisão de Mack, ainda não se manifestou.

A alegada seita afirma estar a "trabalhar com as autoridades para demonstrar a sua inocência e verdadeiro caráter. Acreditamos firmemente que o sistema de justiça prevalecerá", lê-se.

"Estamos tristes com os relatos perpetuados pelos media e o aparente desrespeito pela máxima 'inocentes até que se prove o contrário', mas continuaremos a honrar os mesmos princípios nos quais a nossa empresa foi fundada".

Raniere foi preso a 27 de março numa luxuosa 'villa' no México, e para onde fugiu no ano passado depois de o jornal 'The New York Times' revelar histórias de mulheres que tinham conseguido abandonar a seita, que se estima ter angariado cerca de 16 mil pessoas.

Nesse mesmo dia Raniere foi levado do México para o estado norte-americano do Texas e foi presente a um tribunal nova-iorquino a 13 de abril.

O que é a NXIVM?

Em 2015, Raniere formou uma sociedade secreta dentro da organização NXIVM, chamada DOS, acrónimo em latim para 'Amo das companheiras obedientes', no qual era o único homem e o líder, enquanto Mack era "uma das mulheres no primeiro nível da pirâmide, imediatamente depois dele".

O grupo DOS operava com as categorias de 'mestres' e 'escravas', e esperava-se destas últimas que recrutassem novas mulheres, que ficariam na base da pirâmide e das quais se poderiam aproveitar quem estivesse num nível superior.

"Mack e outros 'mestres' do DOS recrutaram 'escravas' dizendo-lhes que se juntavam a uma organização só para mulheres que lhes iria conceder poder e erradicar supostas debilidades que a NXIVM afirmava serem comuns entre as mulheres", adiantou a procuradoria.

Para além disso, como condição prévia para juntar-se à seita as mulheres precisavam de entregar determinadas garantias de compromisso, entras as quais informação "altamente prejudicial" sobre amigos e familiares, fotografias de nus e direitos sobre pertences seus.

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