Ativista arrisca pena de prisão por aparecer em vídeo do The New York Times
Um ativista que promove a língua tibetana está a ser julgado na China por incitar ao separatismo, depois de ter aparecido num documentário produzido pelo jornal norte-americano The New York Times (NYT).
Citado pela agência The Associated Press, o advogado de Tashi Wangchuk, Liang Xiaojun, afirmou hoje que o seu cliente expôs durante quatro horas os seus argumentos a um juiz, na província de Qinghai.
Tashi, que foi detido em janeiro de 2016, dois meses depois de o jornal norte-americano ter publicado o vídeo e respetivo artigo, alegou a sua inocência. Caso seja considerado culpado, poderá enfrentar uma longa pena de prisão. Não existe ainda data para a publicação do veredicto.
Liang revelou à AP que os procuradores apresentaram evidências com base num vídeo de nove minutos do NYT, de 2015, que conta como Tashi processou funcionários locais por impedirem o ensino da cultura e língua tibetana.
A versão 'online' do NYT está bloqueada na China.
Com apenas cerca de três milhões de habitantes, o Tibete é uma das regiões chinesas mais vulneráveis ao separatismo, com os locais a argumentarem que o território foi durante muito tempo independente, até à sua ocupação pelas tropas chinesas em 1951.
Por outro lado, Pequim considera que a região, que tem uma área equivalente ao dobro da Península Ibérica é, desde há séculos, parte do território chinês.