AR homenageia histórico comunista...e Chega vota a favor

André Ventura aprovou, juntamente com todos os outros deputados, um voto de pesar pela morte do "destacado lutador e resistente antifascista" António Gervásio, um histórico do PCP
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"António Gervásio, operário agrícola, destacado lutar e resistente antifascista, deputado à Assembleia Constituinte e à Assembleia da República, militante e dirigente comunista, faleceu no dia 10 de janeiro, aos 92 anos de idade".

Este é o primeiro parágrafo do voto de pesar, apresentado pelo PCP, com que o Parlamento homenageou um destacado militante e dirigente comunista que morreu há cerca de um mês.

O voto foi aprovado por unanimidade - ou seja, até o Chega se lhe associou, com o voto favorável do deputado André Ventura. O texto representa não só uma homenagem a Gervásio como à própria luta do PCP contra a ditadura.

No texto dos comunistas lê-se que Gervásio foi um "destacado dirigente comunista, deixou valiosos testemunhos da sua rica experiência de vida e de luta contribuindo para a preservação da memória do que foi o fascismo e de como o PCP enfrentou a repressão e se constituiu como o partido da classe operária e de todos os trabalhadores e a força dirigente da oposição antifascista".

António Gervásio, nascido em Montemor-o-Novo, aderiu ao PCP com 18 anos, em 1945. Em 1952 passou à clandestinidade e em 1962 "participou na direção da histórica e vitoriosa luta que levou à conquista do horário de trabalho das oito horas pelo proletariado agrícola do sul" do país.

Esteve preso três vezes (1947, 1960 e 1971) e torturado com espancamentos até à perda de sentidos. Segundo o voto que o Chega também aprovou esteve sujeito à tortura do sono durante 18 dias e 18 noites seguidas.

Ao todo as suas prisões somaram cinco anos. Quando foi o 25 de Abril estava preso em Peniche, sendo libertado, com os restantes presos políticos, na madrugada de 27 de abril de 1974. Em 1961 tinha participado na célebre fuga de Caxias em que militantes comunistas usaram um carro de Salazar.

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