ANTRAM acusa motoristas de incumprimento dos serviços mínimos

ANTRAM denuncia que "em Sines, os serviços mínimos estão a ser incumpridos a 100%, no Aeroporto de Lisboa deveriam estar a 100% e estão a 25%" e dá ainda o exemplo da Petrogal, onde "deveriam ter sido feitas 225 cargas e foram 48".
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"Em Sines, os serviços mínimos estão a ser incumpridos a 100%, no Aeroporto de Lisboa deveriam estar a 100% e estão a 25%, na Petrogal, por exemplo, deveriam ter sido feitas 225 cargas e foram 48", refere o comunicado enviado pela Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) à agência Lusa.

Segundo o representante legal da ANTRAM, "tudo corria normalmente até às declarações públicas" do representante do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), Pedro Pardal Henriques, esta segunda-feira de manhã.

A Antram adianta ainda que há motoristas que "abandonaram as empresas para se juntarem a Pedro Pardal Henriques e há empresas que não têm ninguém para fazer os serviços mínimos hoje à tarde".

Na manhã de segunda-feira, o advogado do SNMMP, Pedro Pardal Henriques disse que os motoristas de matérias perigosas iam deixar de cumprir os serviços mínimos.

Pardal Henriques acusou o Governo e as empresas de não estarem a respeitar o direito à greve.

"Os trabalhadores estão a ser subornados. Há polícia e Exército a escoltar os camiões. Não foi o sindicato que quebrou os serviços mínimos, mas sim as empresas e o Governo que violaram o direito à greve", disse.

Por sua vez, o presidente do Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) reiterou que, tal como já tinham anunciado, "os serviços mínimos vão ser cumpridos" pelos trabalhadores afetos àquele sindicato.

Serviços mínimos entre 50% e 100%

Mais tarde, o primeiro-ministro, António Costa, destacou que a greve dos motoristas estava a decorrer com normalidade, estando a ser cumpridos os serviços mínimos, e descartou haver necessidade, para já, de decretar a requisição civil.

"Os serviços mínimos estão a ser assegurados, está tudo dentro da normalidade", afirmou o primeiro-ministro à saída de um 'briefing' com a Proteção Civil.

Os motoristas cumprem esta segunda-feira o primeiro dia de uma greve marcada por tempo indeterminado e com o objetivo de reivindicar junto da associação patronal ANTRAM o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.

A greve foi convocada pelo SNMMP e pelo SIMM, tendo-se também associado à paralisação o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN).

O Governo decretou serviços mínimos entre 50% e 100% e declarou crise energética, que implica "medidas excecionais" para minimizar os efeitos da paralisação e garantir o abastecimento de serviços essenciais como forças de segurança e emergência médica.

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